06/07/2011
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10h57
Capital da Dinamarca terá bairro em cima do oceano
SABINE RIGHETTI
ENVIADA ESPECIAL A COPENHAGUE
ENVIADA ESPECIAL A COPENHAGUE
Copenhague não tem mais para onde crescer sem invadir áreas verdes. Por
isso, a prefeitura resolveu fazer um "puxadinho" no mar. A área será uma
extensão de Nordhavnen, uma região portuária importante que fica no
norte da Copenhague. Será o equivalente a 200 estádios de futebol
construídos sobre o mar, por meio de aterros que criarão ilhotas.
Os trechos habitados do arquipélago artificial serão cortados por canais e pontes.
As obras devem começar já neste ano. A previsão é que uma primeira parte
fique pronta em 2025. Mas a conclusão do projeto deve acontecer somente
em 2050.
"Não podemos reduzir as áreas verdes para construir mais casas e
precisaremos de mais moradia nos próximos anos", explica Jørgen
Abildgaard, coordenador de assuntos climáticos da prefeitura de
Copenhague.
CRESCIMENTO MODESTO
Até 2025, a cidade deve atrair pelo menos mais 60 mil moradores
-nascidos na capital ou vindos de outras cidades e países. Hoje,
Copenhague tem muitos parques e ampla reserva florestal na parte sul da
cidade, ao lado do aeroporto. A legislação local também impede a cidade
de "crescer para cima": os prédios da capital dinamarquesa não podem ter
mais de seis andares.
A única exceção para a regra será um prédio da ONU com 20 andares, que será construído em Nordhavnen.
A ideia é que pelo menos 40 mil pessoas morem na nova área, que também terá uma área empresarial.
A ideia é que pelo menos 40 mil pessoas morem na nova área, que também terá uma área empresarial.
As ciclofaixas deverão ser parte importante do traçado da nova
Nordhavnen. Hoje, 36% da população de Copenhague usa a bicicleta como
principal meio de transporte.
O custo da obra, que ainda não está totalmente estimado, será dividido
entre o governo e as empresas que se instalarem na região. A proposta do
grande "porto-puxadinho" no mar surgiu em uma competição de ideias,
organizada pela prefeitura da capital. O objetivo era saber o que os
dinamarqueses propunham para que a cidade ganhasse mais espaço sem
reduzir áreas verdes. O puxadinho acabou ficando em primeiro lugar.
O projeto foi formulado de maneira a levar em conta uma possível invasão
da água, caso os níveis do oceano subam por causa do aquecimento
global.
"Não podemos negar os possíveis efeitos das mudanças climáticas para o
país. Já estamos fazendo projetos para lidar com o aumento do nível da
água em Copenhague", conclui Abildgaard.
A jornalista SABINE RIGHETTI viajou a convite do Consórcio do Clima da Dinamarca, instituição ligada ao governo dinamarquês.
FONTE: Folha.com/Ambiente
Editoria de arte/folhapress | ||
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