17/07/2011
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14h00
Moradores da ilha de Marajó sofrem com ataques de piratas
FELIPE LUCHETE
ENVIADO ESPECIAL À ILHA DE MARAJÓ (PA)
ENVIADO ESPECIAL À ILHA DE MARAJÓ (PA)
Mesmo sem olho de vidro nem perna de pau, piratas têm aterrorizado
pescadores, ribeirinhos e turistas que circulam pelos extensos rios do
norte do Pará.
A bordo de "rabetas", pequenos barcos potentes, eles armam emboscadas
para roubar tudo o que há nas embarcações. Relatos dão conta de pessoas
amarradas e deixadas à deriva, sem motor nem revés (espécie de marcha), e
são vítimas até de estupros.
Na fuga, os piratas desaparecem nos labirintos formados pela mata fechada.
Na região da ilha de Marajó, arquipélago com 487 mil habitantes, mesmo
barcos pequenos costumam carregar grandes montantes de dinheiro, já que
apenas 4 de seus 16 municípios contam com agências bancárias.
O rio Pará, o canal do Carnapijó e os rios próximos ao estreito de Breves são os mais perigosos, segundo a polícia.
Editoria de arte/Folhapress |
O produtor de açaí Sebastião Cordeiro Pimenta já foi assaltado seis
vezes -a última, em fevereiro. Em todas, levava o lucro das vendas da
fruta na capital paraense.
Os ataques ocorrem na ilha e ao longo do recorte geográfico onde estão
Belém, Barcarena e Abaetetuba. Líderes da região relatam ao menos 150
casos neste ano, incluindo assaltos a casas de ribeirinhos.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Pará, ao longo do primeiro
semestre, foram 19 assaltos a embarcações em Marajó. Duas pessoas foram
assassinadas por piratas desde o início do ano, diz a Polícia Civil.
O número de casos pode ser bem maior devido às dificuldades para
registrar uma ocorrência. Alguns moradores levam até oito horas para
chegar à delegacia.
A Polícia Fluvial do Pará diz que fará operação para coibir os piratas
neste mês, época em que a circulação na região aumenta devido ao turismo
e à safra do açaí.
TIRO
Sentada na sala VIP do navio em que viajava com a família, na tarde de
14 de junho, Alcina Lúcia Gonçalves só percebeu que era vítima de um
assalto quando um tripulante anunciou que havia piratas na embarcação.
Mãe do vice-prefeito de Soure (município da ilha de Marajó), ela diz que foi o maior trauma de sua vida.
Três homens entraram na sala, com uma refém, e obrigaram passageiros a
entregar seus pertences. O padre Adenilson Sousa Santos, que também
estava na sala VIP, conta que os homens tinham espingardas e mandaram o
comandante desviar a rota.
Cinco dos nove piratas foram presos, afirma a polícia.
FONTE: Folha.com/Cotidiano
Janduari Simões - 16.jul.11/Folhapress | ||
O padre Adenilson Sousa Santos foi vítima de um assalto de piratas, no dia 14 de junho |
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