30/06/2011
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19h19
Avião provoca chuva e nevasca ao redor de aeroporto, diz estudo
DA EFE
Um estudo publicado nesta quinta-feira na revista "Science" chama a
atenção para um fenômeno, até agora desconhecido, provocado pela
passagem de aviões na climatologia do entorno dos aeroportos.
Segundo a pesquisa, os aviões que atravessam as nuvens sobre os
aeroportos causam a precipitação da água concentrada nelas, às vezes em
forma líquida, apesar de estar sob temperatura de congelamento, o que
provoca chuvas e nevascas.
O efeito descrito no relatório é facilitado pela expansão e esfriamento
do ar atrás das turbinas de propulsão do avião e sobre as asas quando as
temperaturas das nuvens estão a dez graus abaixo de zero ou menos.
A queda de temperatura pode ser suficiente para congelar espontaneamente as finas gotas nas nuvens, formando cristais de gelo.
O processo avança até produzir um canal na camada das nuvens, que pode
seguir se expandindo durante horas, o que aumenta a precipitação da
nuvem, segundo o artigo.
Os cientistas acreditam que não é provável que este fenômeno afete o
clima global, mas dado que muitos dos grandes aeroportos possuem uma
camada de nuvens baixas durante o inverno, isto poderia aumentar a
necessidade de retirar o gelo dos aviões com mais frequência no futuro.
TIPO DE MOTOR
Andrew Heymsfield, do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica em
Boulder, no Colorado, e seus colegas em outras partes dos Estados Unidos
estudaram imagens registradas por satélites destes canais nas nuvens.
Depois usaram modelos computadorizados de previsão meteorológica para simular o crescimento e a evolução das nuvens.
Os pesquisadores chegaram à conclusão que diferentes motores com hélices
e turbinas propulsoras de aviões podem produzir cristais de gelo e
canais nas nuvens extremamente frias, que depois se propagam e criam
neve na nuvem e abaixo dela.
Essas camadas de nuvens porosas, induzidas pelos aviões, foram
documentadas durante décadas e frequentemente atribuídas ao lançamento
de foguetes ou à passagem de objetos não identificados --uma dessas
nuvens flutuou sobre Moscou em 2009 e gerou todo tipo de especulações e
teorias conspiratórias.
Segundo a nova pesquisa, as camadas de nuvens extremamente frias podem
ser encontradas em um raio de cem quilômetros ao redor dos grandes
aeroportos do mundo.
FONTE: Folha.com/Ciência
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