04/07/2011
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12h39
Envelhecimento terá 'cura' daqui a 25 anos, diz cientista
KATE KELLAND
DA REUTERS, EM LONDRES
DA REUTERS, EM LONDRES
Se as previsões de Aubrey de Grey estiverem certas, a primeira pessoa a
comemorar seu aniversário de 150 anos já nasceu. E a primeira pessoa a
viver até os mil anos pode demorar menos de 20 anos para nascer.
Biomédico gerontologista e cientista-chefe de uma fundação dedicada a
pesquisas de longevidade, De Grey calcula que, ainda durante a sua vida,
os médicos poderão ter à mão todas as ferramentas necessárias para
"curar" o envelhecimento, extirpando as doenças decorrentes da idade e
prolongando a vida indefinidamente.
"Eu diria que temos uma chance de 50% de colocar o envelhecimento sob
aquilo que eu chamaria de nível decisivo de controle médico dentro de
mais ou menos 25 anos", disse De Grey numa entrevista antes de uma
palestra no Britain's Royal Institution, academia britânica de ciências.
"E por 'decisivo' quero dizer o mesmo tipo de controle médico que temos
sobre a maioria das doenças infecciosas hoje", acrescentou.
De Grey antevê uma época em que as pessoas irão ao médico para uma
"manutenção" regular, o que incluiria terapias genéticas, terapias com
células-tronco, estimulação imunológica e várias outras técnicas
avançadas.
Ele descreve o envelhecimento como o acúmulo de vários danos moleculares
e celulares no organismo. "A ideia é adotar o que se poderia chamar de
geriatria preventiva, em que você vai regularmente reparar o dano
molecular e celular antes que ele chegue ao nível de abundância que é
patogênico", explicou o cientista, cofundador da Fundação Sens (sigla de
"Estratégias para a Senilitude Programada Desprezível"), com sede na
Califórnia.
TENDÊNCIA
Não se sabe exatamente como a expectativa de vida vai se comportar no
futuro, mas a tendência é clara. Atualmente, ela cresce aproximadamente
três meses por ano, e especialistas preveem que haverá um milhão de
pessoas centenárias no mundo até 2030.
Só no Japão já existem mais de 44 mil centenários, e a pessoa mais longeva já registrada no mundo foi até os 122 anos.
Mas alguns pesquisadores argumentam que a epidemia de obesidade,
espalhando-se agora dos países desenvolvidos para o mundo em
desenvolvimento, poderá afetar a tendência de longevidade.
As ideias de De Grey podem parecer ambiciosas demais, mas em 2005 o MIT
(Instituto de Tecnologia de Massachusetts) ofereceu um prêmio de US$ 20
mil para qualquer biólogo molecular que provasse que as teorias da
Fundação Sens são "tão erradas que nem são dignas de um debate bem
informado". Ninguém levou a bolada.
O prêmio foi instituído depois que um grupo de nove cientistas
influentes atacou as teorias de Grey, qualificando-as de
"pseudociência". Os jurados concluíram que o rótulo não era justo, e
argumentaram que o Sens "existe em um meio-termo de ideias ainda não
testadas que algumas pessoas podem considerar intrigantes, mas das quais
outras estão livres para duvidar."
FONTE: Folha.com/Equilíbrio e Saúde
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