07/07/2011
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16h50
Origem de doenças varia com etnias e continentes, diz estudo
DO "NEW YORK TIMES"
Uma nova pesquisa do genoma humano mostra que doenças comuns têm
diferentes configurações de raízes genéticas em africanos, asiáticos do
leste e europeus.
A descoberta pode representar sérias complicações na busca pós-genoma
pela origem das doenças comuns, pois sugere que cada doença tem de ser
investigada separadamente em populações diferentes.
Após o genoma humano ser codificado em 2003, biólogos completaram um
projeto de acompanhamento chamado de HapMap, o qual catalogou as
variantes comuns do genoma. Ou seja, os pontos no DNA onde uma unidade
frequentemente difere da sequência padrão.
Eles então escanearam os genomas de pacientes com doenças comuns para
procurar conexões estatísticas entre ter uma doença e ter uma variação
particular.
Esses caros mapeamentos, o mesmo que estudos de associação ampla de
genoma, demandaram o recrutamento de centenas de pacientes, porém os
resultados foram decepcionantes.
A premissa básica do HapMap --as doenças comuns eram causadas por variações comuns-- acabou sendo amplamente errônea.
O projeto ainda não está concluído, porém a equipe liderada por Simon
Garvel e Carlos Bustamante, da Universidade de Stanford, analisou os
dados já disponíveis e prevê que se descobrirá que variantes raras serão
completamente diferentes em populações chinesas, europeias e africanas.
Isto significa que quase todas as variantes raras desenvolvidas a partir das três populações se separaram.
PRIMEIROS HUMANOS
O estudo de Stanford também mostra aspectos relevantes da história da
população humana, como a época em que os primeiros humanos modernos
emigraram da África.
Arqueólogos acreditam que ocorreu cerca de 50 mil anos atrás, pois
nenhum resto mortal de humano moderno datado antes disso foi encontrado
fora da África, mas geneticistas há muito tempo defendem épocas mais
antigas.
Ravel e Bustamante calculam agora que 51 mil anos atrás é a data mais
apoiada por dados genéticos, alinhando as datas defendidas por
geneticistas e arqueólogos para a saída da África.
As variantes comuns do genoma humano estavam presentes majoritariamente
em populações humanas ancestrais na África e foram herdadas por todas as
populações descendentes. As variantes raras ocorreram mais
recentemente.
"A maioria das variantes comuns refere-se a épocas antes da saída da
África", disse Bustamante. "A maior parte das variantes raras vêm depois
da revolução neolítica".
Esse foi um evento que marcou o começo da agricultura há cerca de 10 mil
anos e levou a crescimentos significativos no tamanho das populações
humanas.
FONTE: Folha.com/Ciência
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