18/10/2011
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10h52
Internautas sem treino em astronomia ajudam a 'caçar' planetas
SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com a ajuda de pessoas sem qualquer treino em astronomia, um grupo de
pesquisadores encontrou seu primeiro planeta fora do Sistema Solar por
meio da chamada "ciência cidadã". E com 99,7% de certeza, é bom que se
diga.
Além desse objeto, que orbita uma estrela similar ao Sol a cada dez dias
e tem duas vezes e meia o diâmetro da Terra, a equipe do PlanetHunters.org
também achou outro planeta (desta vez com 95% de certeza), ao redor de
outro astro, com período de 50 dias e diâmetro oito vezes maior que o
terrestre.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Apesar do alto grau de confiabilidade, esses objetos ainda são tratados
como "candidatos a planeta" no artigo publicado pelo grupo no periódico
científico britânico "Monthly Notices of the Royal Astronomical
Society".
Isso porque não se pode, no momento, descartar por completo a hipótese
de que, em vez de um planeta, seja uma estrela companheira a causar a
mudança na luz emanada dos astros que denuncia sua presença.
PERSISTÊNCIA
As descobertas são um trunfo para a iniciativa coordenada por Debra
Fischer, da Universidade Yale (EUA), que aplica o conceito de ciência
cidadã à caça de planetas.
"Quando começamos a planejar esse projeto, em agosto de 2010, as pessoas
nos diziam que não ia funcionar porque estávamos apresentando dados
brutos, não imagens", conta Fischer.
No site, os usuários têm acesso a gráficos de luminosidade fornecidas
pelo satélite Kepler. Ele está observando cerca de 145 mil estrelas.
Pequenas reduções temporárias de luminosidade nesses astros podem
indicar que um objeto menor --talvez um planeta-- está passando na
frente deles em sua órbita.
Ao avaliar os gráficos, os usuários podem apontar se acreditam que
exista um trânsito (termo usado para designar a passagem do planeta)
indicado ali.
Aos cientistas do projeto cabe reunir as observações dos usuários e encontrar indicações comuns, sinais de um planeta real.
FONTE: Folha.com/Ciência
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