PIGMEUS
lendas
Os Pigmeus criaram formas culturais
próprias, de acordo com as exigências do seu hábitat. Isso, ao lado dos
obstáculos geográficos e naturais, foi um dos fatores que os levou a
viver isolados. Mesmo os poucos intercâmbios comerciais de carne e mel
selvagem sempre se deram através de intermediários.
O longo isolamento na selva e a falta
de contato com os demais povos africanos deram origem a lendas absurdas
e racistas. Costumava-se descrevê-los como um povo muito feio, meio
animal, chegando-se a fantasiar que possuíam grandes rabos.
Tais lendas foram responsáveis por
atitudes discriminatórias por parte dos Bantu africanos, como também dos
árabes e europeus, que os consideravam animais, sem alma. Há umas
dezenas de anos, por exemplo, a tribo africana dos Magbetu perseguiu e
matou todos os Pigmeus de seus arredores, caçando-os como se fossem
javalis.
Fisicamente bem proporcionados, os
Pigmeus são "baixinhos" se comparados aos nossos padrões: a altura média
das mulheres é de 135 centímetros e a dos homens, de 145. Eles mesmos
consideram sua baixa estatura uma vantagem, porque os faz ágeis em suas
andanças pelas obscuras selvas africanas. E ainda fazem troça, chamando
os altos e fortes Bantu de "elefantes desajeitados".
A cor da pele, acobreada e com
matizes avermelhados, distingue-os claramente dos Bantu, de pele negra
ou café-escuro. Também se diferenciam por suas tradições, costumes e
sistema de vida. Por isso, é comum ouvir um pigmeu dizer: "Biso na
baindu..." - "Nós e os negros...".
Em todos os grupos pigmeus, a unidade
sócio-econômica é a aldeia, formada por uma dezena de cabanas e
habitada por grupos de trinta a setenta pessoas. O mais velho, ou o
caçador mais hábil, preside cada unidade.
A cabana, semi-esférica e totalmente
coberta de folhas, tem de 2 a 3 metros de diâmetro e uma altura que
raramente supera os 150 centímetros. Antigamente, sua construção era
tarefa exclusiva das mulheres.
Os instrumentos de trabalho dos
Pigmeus são poucos e feitos com madeira, ossos, chifres, fibras naturais
e vegetais, dentes e sementes duras. Além de suas casas, são hábeis na
construção de pontes de cipó sobre os rios.
Caça: momento mágico da comunidade
A estrutura social dos Pigmeus é
muito precisa, e há uma nítida divisão sexual do trabalho. As mulheres
recolhem na selva tubérculos, fungos, larvas e cogumelos. A pesca, que
só acontece na estação seca, é reservada, em alguns grupos, às mulheres e
crianças.
Já a caça é atividade exclusivamente
masculina e se constitui num momento mágico na vida da comunidade
pigméia. Os homens se preparam para sair à caça se abstendo das relações
sexuais e evitando toda "ofensa" à comunidade. Antes de partirem, há
cerimônias de purificação e propiciação.
Nessas cerimônias, Mama Idei, a
mulher mais velha do grupo, joga punhados de folhas sobre o fogo,
fazendo a seguinte oração: "Abençoa, ó Deus, esses filhos teus. Olha
para eles com atenção: estão famintos! Faz com que muitos animais caiam
em suas mãos".
Então, com a boca cheia d'água, benze
os arcos, as flechas e as redes dos caçadores com pequenos borrifos. Em
seguida, cada caçador enche a boca de água e borrifa sobre o fogo,
pedindo o perdão de seus pecados: "Deus, se agi mal, perdoa-me. Que a
caçada não fracasse por culpa minha".
Certos grupos pigmeus são famosos
pela caça do elefante, uma atividade valente e arriscada. Nela, alguns
caçadores se aproximam o mais possível do animal e dificultam-lhe a
marcha para que se distraia e caminhe devagar.
Enquanto isso, um dos homens se
arrasta por debaixo do ventre do animal e lhe corta os tendões de uma
das patas traseiras. Dessa forma, o elefante, debilitado e ferido, cai
ao chão, e todos os caçadores se reúnem para matá-lo.
Danças coletivas e jogos mímicos
Os Pigmeus, por viverem na floresta
tropical escura, quente e úmida, encontram na coleta e na caça suas
formas de subsistência. Não acumulam alimentos nem bens naturais e vivem
daquilo que a natureza lhes oferece. Mas nem sempre contam com o
suficiente para atender às necessidades mínimas - às vezes, passam
longos períodos de fome.
Como os demais povos caçadores da
África, nunca se interessaram nem pela agricultura nem pela criação de
gado. O único animal doméstico que costumam ter é o cachorro.
A mulher é muito respeitada na
sociedade pigméia, e a monogamia é uma tradição tão firme que chega a
ser difícil aos estudiosos explicá-la.
O homem em idade de casar busca uma
esposa em um grupo distinto do seu. É uma forma de intercâmbio: um grupo
cede a outro uma mulher se este está em condições de dar-lhe outra no
lugar, para que o vazio deixado por uma seja preenchido pela outra.
Todas as noites, os Pigmeus costumam
se reunir em danças coletivas e jogos mímicos, que são suas atividades
preferidas nas horas de lazer.
Não é fácil falar da religião dos
Pigmeus, porque eles não costumam expressar suas crenças com ritos
externos e, além disso, a religião dos diferentes grupos não é uniforme.
Geralmente, crêem num Ser Supremo
criador, que se personifica no deus da selva, do céu e do além. Crêem
ainda que as almas dos bons se convertem em estrelas do firmamento,
enquanto as almas dos maus são condenadas a vagar eternamente pela selva
e dão origem às doenças dos humanos.
Os Pigmeus acreditam também na vida
além da morte, mas não se estendem muito sobre o assunto, logo se
esquecendo das tumbas de seus antepassados.
Povo Bantu: patrões negros dos pigmeus
As relações dos Pigmeus com a
administração dos Estados em que vivem são complicadas e difíceis, como
para qualquer povo semi-nômade. Os governos querem que se tornem
sedentários para obrigá-los a seguir seus programas de desenvolvimento e
integrá-los à economia nacional.
Alguns países pretenderiam usar os
Pigmeus como curiosidade turística e convertê-los em patrimônio
nacional, como se se tratassem de animais raros de uma reserva. Esta é
uma situação discriminatória que, nascida das diferenças entre os
Pigmeus e os demais povos africanos, ainda perdura hoje.
De natureza dócil e ingênua, os
Pigmeus foram facilmente subjugados pelos Bantu. Em certas regiões,
chegam a ser considerados parte do seu patrimônio familiar e, como tais,
são transmitidos como herança de geração em geração.
Nessas condições, é o patrão negro
quem responde por eles diante da sociedade. Defendem-nos em tribunais,
onde às vezes os Pigmeus nem sequer têm o direito de comparecer, e
conservam seus eventuais documentos públicos, que usam sem maiores
controles.
Os Bantu desfrutam dos bens que os
Pigmeus caçam e colhem e exigem que trabalhem em seus campos. Em troca,
lhes dão retalhos velhos de tecido, alguns produtos de cultivo e até
suas cabanas, quando estas já estão semidestruídas.
Vida e cultura ameaçadas pelo progresso
Quando estão entre estranhos e
distantes de seu hábitat, os Pigmeus parecem tristes, preguiçosos,
introvertidos. Na selva, ao contrário, são alegres, muito ativos,
comunicativos e acolhedores. Para eles, o sistema comunitário é
essencial e determinante.
Enquanto para o negro em geral a
selva é uma madrasta perigosa, para os Pigmeus é uma mãe amorosa que os
acolhe, nutre e protege. Dela eles recebem o material para construir
suas cabanas, a madeira para seus arcos e flechas e o alimento
cotidiano.
Hoje, como no passado, a sorte dos
Pigmeus está ligada à selva. Fora dela, sua cultura e sua vida se
perdem. Mas ultimamente o seu meio ambiente está sendo cada vez
modificado e destruído pela extração de madeira, extensas plantações de
café, minas de ouro e diamantes e implantações industriais.
Além disso, o uso de armas de fogo
por parte de negros e brancos afasta sempre mais os animais selvagens,
dificultando a caça, atividade essencial para a subsistência dos
Pigmeus.
Qual o futuro dos Pigmeus? Eles conseguirão se integrar numa sociedade moderna sem perder a sua identidade cultural?
A discussão avança em terreno
desconhecido. Qual o tipo de desenvolvimento adequado para uma população
seminômade? Sabe-se muito pouco a respeito, e há o risco, sobretudo, de
se querer responder a essa questão em nome dos próprios Pigmeus.
Conclusão
Essa pesquisa me fez perceber que o
povo Pigmeu é um povo que luta por sua sobrevivência e diferente da
maioria dos homens ele só extrai da natureza o que é necessário para
garantir essa sobrevivência.
Portanto é preciso a conscientização
de que um povo que não se desenvolve industrialmente ou seja, não
modifica a natureza é um povo tão inteligente ou até mais do que os
diversos, pois eles sim tem a consciência de que todos nós devemos
preservar a natureza e que prejudicando-a estaremos prejudicando à nós
mesmos.
GALERIA DE FOTOS:
FONTE(S):
wikipédia, a Enciclopédia Livre
www.ospigmeus.hpg.com.br,
www.prosaepoesia.com.br
www.prosaepoesia.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário