Mesolítico
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O Mesolítico (pedra intermediária) é um período da pré-história situado entre o Paleolítico e o Neolítico,
e presente (ou pelo menos, com duração razoável) apenas em algumas
regiões do mundo onde não houve transição direta entre os dois períodos
citados. As regiões que sofreram maiores efeitos das glaciações tiveram Mesolíticos mais evidentes.
Iniciou-se com o fim do Pleistoceno, há cerca de 10 mil anos, e terminou com a introdução da agricultura, em épocas que variam de acordo com a região.
Culturas mesolíticas
Culturas mesolíticas são as que surgem na transição entre as que
ainda representam uma economia de produção. Um fenômeno que aparece com
caráter geral nas culturas mesolíticas é a tendência para as formas microlíticas e geométricas na indústria lítica
e o desaparecimento gradual da indústria óssea. Neste período
intermediário, o homem conseguiu dar grandes passos rumo ao
desenvolvimento e à sobrevivência de forma mais segura. O domínio do
fogo foi o maior exemplo disto. Com o fogo, o ser humano pôde espantar
os animais, cozinhar a carne e outros alimentos, iluminar sua habitação
além de conseguir calor nos momentos de frio intenso. Estas culturas não
surgem em todo o lado ao mesmo tempo nem têm idêntica duração. Na Europa continental e nórdica o desenvolvimento das culturas mesolíticas procede da degradação gradual da cultura magdalenense do Paleolítico final, à medida que as novas condições climáticas originavam uma diminuição e transformação da fauna ao ritmo da diminuição progressiva do glaciar escandinavo. As culturas mesolíticas do norte da Europa são em grande parte tributárias da anterior tradição magdalenense.
Em França, o processo de degradação do Paleolítico dá lugar ao aparecimento da cultura azilense na zona pirenaica, com extensão pela zona cantábrica da Península Ibérica,
cultura de transição sem grandes novidades e que continua as antigas
técnicas paleolíticas. No entanto, em França podem-se encontrar
vestígios da cultura tardenoisense (nome derivado de Tardenois, onde se situa o jazigo de Fère), característica dos terrenos baixos e zonas de dunas. No Mesolítico grande importância adquirem os concheiros portugueses das margens do Tejo,
onde está assente uma população que vai evoluindo lentamente e na qual
aparecem já muitos elementos raciais mistos. Os principais jazigos, para
além dos Concheiros de Muge são: Cabeço da Amoreira, Cova da Onça e Fonte do Padre Pedro. A este ciclo cultural pertencem também as oficinas de trabalho manual de sílex, ao ar livre, que existem na região tarraconense.
O mesolítico assistiu também a um novo tipo de caçador recoletor, o
caçador complexo, que na ausência da megafauna pleistocênica explorou um
novo nicho, que consistia em animais de pequeno e médio porte como o
veado, o gamo as lebres... Para complementar a caça, as comunidades
mesolíticas passaram a fazer acampamentos especializados com atividades
como o marisqueio e/ou a pesca. Os concheiros do Tejo
são o que resta de alguns destes acampamentos. O armazenamento começa
também a ocorrer neste período bem como uma espécie de sedentarização
sazonal(acampamentos fixos com alguns entrepostos especializados
utilizados durante uma estação)
O mesolítico, no que toca à industria lítica pautou-se pela
utilização de micrólitos, pedra lascada de dimensão muito reduzida que
eram incorporadas com componentes de madeira para fazer instrumentos
compósitos.
Alguns autores como Gordon Childe defendem que as raízes das
primeiras sociedades camponesas se encontram precisamente nestas
comunidades de caçadores/recolectores complexos.
FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre.
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