30/08/2011
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09h00
Astrônomo brasileiro acha estrelas com massa de 80 'sóis'
SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Um astrônomo brasileiro radicado no Chile e sua equipe da Universidade
de La Serena descobriram duas estrelas novas, muito maciças, brilhantes e
aparentemente isoladas na Via Láctea.
Essas características fazem desses objetos (batizados de WR20aa e WR20c) astros extremamente raros na galáxia.
Os astrônomos estimam que as estrelas tenham até 2 milhões de anos (jovens, em termos astronômicos).
Os astrônomos estimam que as estrelas tenham até 2 milhões de anos (jovens, em termos astronômicos).
Além disso, as estrelas podem ter, cada uma, pelo menos 80 vezes a massa
do nosso Sol --o que também é não é muito comum encontrar.
"A galáxia pode conter vários bilhões de estrelas, mas a maioria tem
massa pequena", diz o físico e astrônomo Alexandre Roman Lopes,
coordenador do trabalho.
O que os cientistas não esperavam era encontrar essa dupla de estrelas
isolada na galáxia. Como esse tipo de estrela vive pouco (alguns milhões
de anos), em geral elas não têm tempo de se distanciar de onde se
formaram.
Isso resulta em aglomerados de estrelas na galáxia, próximos à sua "fábrica".
Essas "fábricas" funcionam no interior de enormes aglomerados de gás e
poeira onde, sob efeito da força gravitacional, acontece a concepção
estelar.
Por estarem muito longe do local de origem, a dupla é candidata a
"runaway", ou seja, objetos estelares que viajam a uma grande velocidade
e se distanciam cada vez mais de onde nasceram.
EXPULSÃO
Os pesquisadores acreditam que a dupla tenha sido ejetada de um
superaglomerado de estrelas de altíssima massa chamado Westerlund 2, que
fica na direção da constelação de Carina, a cerca de 26 mil anos-luz do
Sol.
No centro desse aglomerado, existe um grupo compacto de estrelas muito
brilhantes onde são observadas nuvens de gás remanescente do seu
processo de formação.
Eles descobriram que uma linha imaginária conectando as duas estrelas
"cruza" o aglomerado exatamente na sua parte central. Isso significa que
elas devem ter saído de onde está o "berçário" dos objetos de grande
massa.
"Estudos de dinâmica estelar preveem que estrelas de massa muito grande
não convivem bem entre si. Algumas sempre acabam expulsas pelas
companheiras", explica.
O trabalho, que tem apoio do Observatório Las Campanas e do ESO
(Observatório Europeu do Sul), estará na "MNRAS" ("Monthly Notices of
the Royal Astronomical Society") do mês de setembro.
SUPERMACIÇAS PODEM EXPLICAR ORIGEM DA VIDA
O estudo das estrelas supermaciças, além de contribuir para a
compreensão da formação estelar, pode ajudar a explicar a origem da
vida. Essas estrelas produzem, no seu interior, oxigênio, carbono e
nitrogênio, e no fim da sua evolução, até ferro.
"Os elementos mais complexos necessários à vida são produzidos por
estrelas maciças. De certo modo, somos filhos desse tipo de estrela",
diz Lopes.
FONTE: Folha.com/Ciência
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