A evolução tecnológica/Técnicas agrícolas e descobertas de novos metais
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Esse período tem como ponto marcante a descoberta de importantes
metais — cobre, bronze e ferro, respectivamente — que são fundamentais
para o desenvolvimento de novos instrumentos. Esses contribuíram muito
para o transporte — agora com tração animal —, e, principalmente, para a
agricultura — revolucionada pelos canais de irrigação e,
essencialmente, pelo arado.
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[editar] Idade do Cobre
Esse primeiro período da Antiguidade caracterizou-se em viabilizar a
agricultura o máximo possível. Para esse desenvolvimento, primeiramente,
passa-se a gerar um excedente dos produtos agrícolas. Para tal
excedente houve grandes mudanças sociais (maior relação entre pessoas de
uma mesma região, ou de lugares mais distantes) e econômicas.
Implicando também em mudanças tecnológicas.
Implicações tecnológicas foram cruciais para que pudesse ocorrer
importantes transformações no modo de produção. Assim, canais de
irrigação foram usados para tornar terras áridas e montanhosas propícias
para o cultivo — onde antes não era possível chegar com água —, além de
tornarem-se adequadas para habitação. Antes da implantação desses
canais, era possível apenas o cultivo de produtos agrícolas perto das
margens dos rios. Em oposição às áreas desérticas e montanhosas, onde
basicamente não havia água, temos os locais que se caracterizam-se por
terrenos alagados. Esses locais precisavam de técnicas para a drenagem
da água, e assim tornar possível o cultivo.
A forma de construção das casas não se caracteriza mais por galhos e
argila, passa agora a ser construída de tijolos moldados, estes feitos
de barro seco ao sol, e que posteriormente passaram a ser feitos em
fornalhas. Nessas novas moradias, começou a domesticar-se animais, como o
cavalo e o boi.
A escrita que aparece nas sociedades dessa época era uma forma de se
transmitir o conhecimento, muito limitada e dificultosa. Eram feitos
desenhos, não muito detalhados, para poder retratar algum ser, objeto ou
tarefa do homem. Embora não fazia-se desenhos muito detalhados, era uma
forma relativamente demorada para se retratar algo. Esse tipo de
escrita, caracterizada pela representação em desenhos, era chamada de
pictográfica.[1]
Essa dificuldade de transmitir o conhecimento implicou no
aperfeiçoamento da escrita, ou seja, na sua simplificação. Assim, o
aperfeiçoamento da escrita consistiu em atribuir significados
arbitrários às coisas representadas; agora não retratavam apenas coisas,
mas também idéias. Essa nova maneira de se escrever, caracterizada pela
representação através de símbolos, chama-se ideografia. Essa nova
maneira de representar coisas e idéias foi adotada pela sociedade
chinesa.
Porém, esse tipo de escrita ideográfica não foi adotada igualmente em
todas regiões. Sendo assim, os sumerianos começaram a adotar um tipo de
escrita que incluía palavras de uma única sílaba para representar a
maioria das coisas e idéias, apesar de apresentar também ideografias. E,
com o passar do tempo, os símbolos utilizados começariam a diminuir
cada vez mais. Este tipo de escrita, porém, deu-se de forma mais efetiva
na Idade do Bronze.
Os instrumentos feitos de pedra, osso e madeira ainda continuam sendo
utilizados nessa primeira fase da Antiguidade, embora relativamente em
pouca quantidades: dependia da região e de seu respectivo nível
tecnológico. Esse período é caracterizado pelos implementos feitos de
cobre — como por exemplo os machados. Sendo que agora, passam a ser
fundidos.
A metalurgia, nesse período, caracterizou-se pela descoberta de um
novo material: o cobre. E consequentes descobertas de sua maleabilidade,
poder de fundir-se, e suas ligas. O cobre, quando aquecido, permite que
através de um molde assuma as formas que desejam ser moldadas, e após
seu esfriamento torna-se bastante duro, além de ser possível fazer no
material moldado um fio de corte. O molde para cobre era um recipiente
geralmente de argila no qual coloca-se o cobre aquecido — ou seja, em
estado líquido —, e espera seu esfriamento.
Os limites para a moldagem de um material e as vantagens em relação
aos materiais usados anteriormente — pedra, sílex, etc. — são comentadas
a seguir: o limite ao tamanho do molde depende da habilidade técnica
que uma determinada pessoa tem conhecimento. Isso também se aplica às
formas que definem um objeto, sendo, portanto, também ilimitadas. Além
disso, após ser moldado e resfriado, o material pode ser novamente
modificado com golpes de martelo, tendo em consideração que o cobre é
maleável. Os materiais de cobre são mais duráveis do que os de pedra ou
de osso, não por que seu fio de corte é mais durável — eles tem o mesmo
tempo de durabilidade —, nem por que tem maior poder de corte. Mas sim
pelo fato de que o cobre pode ser restaurado — fundindo-o —, caso
quebre, ou mesmo pelo fato de sua lâmina — quando não tiver mais fio de
corte — poder ser amolada. [2]
A utilização do cobre como metal para a fabricação de diversos
instrumentos, implicou no aperfeiçoamento das fornalhas para o
aquecimento deste metal, devido ao fato de precisar de fornalhas que
produzam altas temperaturas, sendo que isso era necessário para a fusão.
Além da utilização de cadinhos (recipientes), para receber o material
fundido; pinças, para levantar os moldes quando com o metal aquecido; e
moldes, para determinar a forma e tamanho do objeto a ser moldado.
Chegando ao final deste período, o homem — devido às influências de
crenças, onde utilizava o cobre devido à sua cor e brilho para a
produção de talismã — descobriu que podia misturar carvão de lenha (de
diferentes classes) com elementos mais comuns, como pedra e terra, para
obter uma substância semelhante ao cobre quanto à cor. Implicou, então,
no interesse de misturar cobre com outros metais — prata, chumbo e
estanho —, chegando à descoberta de uma nova liga formada por cobre e
estanho, denominada de bronze. E isso, foi de enorme importância para o
surgimento de uma nova Era. Novos implementos foram concretizados.
[editar] Idade do Bronze
A descoberta da mistura de cobre e estanho origina uma liga de melhor
qualidade, esta denominada bronze. Foi uma revolução para a metalurgia,
pois passa a constituir a concretização para a expansão dos implementos
feitos de metais.
O conhecimento das técnicas metalúrgicas difundiram-se à medida que
as pessoas migravam. O incentivo à utilização dos metais devem-se à suas
características: maior dureza, em comparação aos instrumentos de pedra —
muito mais eficazes em uma luta, por exemplo, pois os instrumentos de
pedra poderiam se quebrar facilmente, já os de metais não; e embora
escasso na maioria das regiões, havia uma maior facilidade de transporte
desses metais.[2]
A escrita, a partir deste período, começa a assumir caráter mais
simples. Algumas consequências da simplificação da escrita foram devido à
rapidez da escrita e sua comodidade, os símbolos eram feitos com tanto
descuido que não apresentavam, muitas vezes, características semelhantes
com o objeto retratado. A escrita deixa de ser delineada, e começa a
ser produzida através de um estile com forma de cunha: a chamada escrita
cuneiforme. Essa escrita — que teve seu início na Idade do Cobre — foi
idealizada pelos sumerianos, para aperfeiçoamento de sua escrita baseada
em uma única sílaba. Inicialmente esse novo tipo de escrita foi
aplicada para a transcrever os nomes de reis semitas, e logo depois para
a escrita de documentos oficiais e comerciais.
Já no Egito, um novo tipo de escrita foi consagrado, a escrita
hieroglífica, na qual ainda conserva-se a utilização de desenhos
característicos da escrita pictográfica — esta que permaneceu durante
mais de 3.000 anos. Após esse longo período, essa escrita assuma caráter
ideográfico. Sendo assim, esse tipo de escrita não apresenta maior
aperfeiçoamento do que a dos sumerianos (apesar de ser caracterizada
pela utilização de uma sílaba, apresentava também características
ideográfica). Pois a variedade de símbolos não é menor, assim não pode
se considerada mais prática e simples. Essa escrita apresenta uma
variação que era mais corrente: a hierática. A escrita hieroglífica
apresenta relação à escrita dos sumerianos quanto a utilização de
designações. Mas ao invés de uma sílaba, eram apenas consoantes. Dessa
forma, apesar de os egípcios terem todas as consoantes para constituir
um alfabeto, continuaram — como outras civilizações — a utilizarem
símbolos.
Além da escrita, era necessário o desenvolvimento de um sistema
numérico para acompanhar a evolução que estava ocorrendo nos mais
variados setores, do período da Antiguidade. O sistema numérico então
presente estava muito precário e ineficiente. Esse precário sistema
consistia em fazer a contagem de determinada coisa, marcando respectivos
riscos em uma tábua de madeira. Não mais correspondia às praticas
comerciais para contabilidade e para a contagem do rebanho, por exemplo.
Dessa forma, desenvolveu-se um novo sistema numérico. No qual os
números inferiores a dez são expressados igual à maneira antiga —
semicírculos feitas com uma careta. Porém, cada grupo de dez números
passou a ser expressado de uma forma simbólica diferente: um círculo
feito pela pressão de uma vareta na argila ou madeira.
Foram desenvolvidos dois tipos de sistema numérico: o sistema
sexagesimal e o sistema decimal. No sexagesimal, foi introduzido um novo
símbolo para designar o número 60, que consistia num semicírculo feito
com uma vareta maior do que o utilizado no sistema descrito acima. E, no
sistema decimal — utilizado para medir grãos — o mesmo símbolo que
designava o número 60 (sistema sexagesimal), era aqui utilizado para
designar o número 100. Na Suméria, depois de 2.500 a.C., o sistema
decimal foi abandonado, passando a ser utilizado somente o sexagesimal.
As grandiosas obras e templos realizados através de trabalho
cooperativo, exigiam a padronização de pesos e medidas. Isso é
necessário pois, levando em consideração que eram realizadas por grandes
contigentes de pessoas, não mais era possível utilizar membros do corpo
— braço, perna, pé, nariz, dedo, etc. — para servir de medidas. Nem
outros materiais — grãos, por exemplo — para servir de peso. Antes, era
possível pois não eram construídos grandes obras, consequentemente não
havia necessidade de grande quantidade de pessoas. Mas com inúmeras
pessoas trabalhando, isso seria algo desastroso, pois cada pessoa tem
uma determinada medida de seus membros, e não convêm utilizar grãos para
determinar o peso de um objeto.[2]
Para padronizar as unidades de medidas, convencionou-se a utilização
de varas de metal ou de madeira, onde era marcado o tamanho de
determinado objeto que se desejava medir. Assim, em uma construção,
todos os trabalhadores poderiam ter a medida quase exata de um objeto.
Quanto a padronização de unidades de peso, passou a determiná-lo
cortando determinados materiais, principalmente a hematita que era
frequentemente encontrada por pessoas que escavavam metais. Sendo assim
poderia ter medidas mais aproximadas, e, muito provavelmente, a balança
fora inventada antes desses padrões, para que fosse possível determinar o
peso de algo.
Com o surgimento de uma camada urbana na sociedade, foi necessário a
criação de um calendário mais adequado. Esse calendário, primeiramente
utilizado pelos sumerianos, dividia a parte do dia mais a da noite em 24
horas. Além disso criaram instrumentos específicos à marcação do dia e
da noite: relógio de água (ou clepsidra) — baseado na ampulheta — e um
relógio solar (espécie de quadrante solar). Este último era constituído
por um círculo com uma espécie de triângulo retângulo que forma uma
sombra ao lado oposto em que o sol reflete, sendo que o tamanho desta
sombra, mostra aproximadamente a respectiva hora. Quanto à marcação dos
anos, era feita através da simples observação da lua, o que se designa
calendário lunar. Isso era feito por pessoas que tinham o conhecimento,
pela observação do céu, da extensão do ano sideral. Às vezes, havia
necessidade de se corrigir essa observação, pois era incerta.
Além do calendário idealizado primeiramente pelos sumerianos
(calendário lunar descrito acima), foi realizado pelos egípcios um outro
tipo: o calendário solar — precursor do utilizado atualmente na
civilização ocidental. Esse tipo de calendário foi desenvolvido a partir
de observações das cheias do rio Nilo. Assim, funcionários do faraó
constataram — depois de 50 anos de observação — que o intervalo médio
das cheias do rio Nilo eram de 365 dias; e que havia um dia de
tolerância entre este intervalo. Desse modo, criaram um calendário
oficial, que se tornou eficaz à agricultura, pois indicava aos
camponeses quando deviam iniciar as operações agrícolas. Embora fora
descoberta que havia um erro de aproximadamente 6 horas ao ano no
calendário (devido a isso há atualmente os anos bissextos), já era muito
tarde para poder corrigir.
A invenção do arado foi um importante progresso para a agricultura,
sendo que através de um animal — o boi — foi possível adaptar uma
espécie de enxada às costas do animal. Antes utilizado apenas como
fornecedor alimentício, passa a ser utilizado também como meio para a
preparação da terra, facilitando o trabalho humano, além de agilizá-lo.
Sua utilização data por volta de 3.000 a.C., sendo as primeiras regiões a
utilizá-lo, Egito e Mesopotâmia.
O transporte estava começando a se difundir de maneira mais
generalizada. Tal como o trenó, já conhecido no período da Pré-história
em algumas regiões da Europa, e talvez na Ásia Menor. Uma importante e
indispensável revolução nos meios de transporte foi a invenção da roda,
datando seu uso em carroças de duas e quatro rodas, de forma
generalizada, em 3.000 a.C. A roda consistia em três peças de madeira
sólida, estas encaixavam-se umas nas outras e eram revestidas com pregos
de cobre; giravam juntamente com o eixo, e estes podiam ser fixados no
corpo do veículo com tiras de couro.
Quanto a utilização de animais como meios de transporte, podemos
considerar o asno — um animal de carga —, como o animal mais antigo
utilizado como meio de transporte. Provavelmente já era empregado no
Egito em 3.000 a.C., e certamente utilizado Síria e na Mesopotâmia; em
relação às cargas, este animal as carregava no lombo. O boi, embora
não-adequado à isso, também serviu de meio de transporte. Esse animal —
ao contrário do asno — puxava a carga, ou seja, a carroça. O cavalo, por
ser um meio de transporte rápido, era utilizado para estabelecer
relações comerciais; seu uso é mais provável a partir do ano de 2.000
a.C. Temos também a utilização do camelo na região desértica da Ásia
Menor, desde 1.000 a.C.
O transporte por meio marítimo começa a surgir, de modo geral, antes
do ano 3.000 a.C. Embora fora utilizado em algumas regiões no período
pré-histórico, não se deu de forma efetiva, ou seja, não disseminou-se
às várias regiões. Caracterizou-se primeiramente, por jangadas e canoas.
Logo depois, começou a utilizar o vento como força motriz em barcos à
vela.
A roda também foi revolucionária para o artesanato. Nesse sistema,
colocava-se um bloco de argila numa roda que gira sobre um eixo
vertical. Esse processo revolucionou a prática do artesanato na
cerâmica.
Considerando a abundância da argila podemos dizer que: o ceramista
não estava limitado a uma determinada região. Ele poderiam facilmente
pegar sua roda de fazer cerâmicas e sua família, e assim viajar de
região em região. Produzindo peças de cerâmica de acordo com um
determinado local que ficaria por algum tempo. Isso dava a esses
artesãos maior flexibilidade do que trabalhadores de outros ofícios.[2]
Nos últimos séculos desse período, o bronze começou a ser mais
utilizado para produzir diversos instrumentos, principalmente
armamentos. E, além de disponibilizar aos soberanos o poder bélico,
iniciou-se um período de expansão das terras, onde as sociedades que
detinham maior poderio tomavam territórios alheios. Porém, quanto à
abertura de terras fechadas pelas matas, que poderiam ser utilizadas
para cultivo, não foi possível através das enxadas e arados de bronze —
como aconteceria na Idade do Ferro.
As carroças passaram a ser utilizadas para invasões de territórios.
Estas foram aperfeiçoadas, sendo constituídas, agora, com rodas raiadas —
ao invés das rodas de madeira maciça —, e a força de tração — que era,
geralmente, asnos ou bois — passou a ser os cavalos, permitindo, assim,
uma viajem mais veloz. Em Creta, essas carroças começaram a ser usada em
fins desse período.
O transporte marítimo começou a ser bastante utilizado, devido ao seu
relativo baixo custo. Uma região onde era propícia a isso, foi no rio
Nilo, onde até produtos de consumo popular eram vendidos. Assim, passou a
ser utilizada uma caravana, que atingia pouco mais de 2 km/h.
Algumas realizações foram significativas para o avanço a um novo
período — Idade do Ferro. Essas foram: o progresso da Matemática
babilônica; a descoberta do vidro, no Egito; a criação do alfabeto
Fenício; e a viabilização de pesquisas para a exploração do ferro, por
uma tribo não identificada na Armênia.
O desenvolvimento da Matemática babilônica — da qual a matemática
moderna surgiu — foi essencial para uma determinação mais precisa dos
cálculos. Essa nova Matemática pode corresponder às necessidades da
classe média. Ela simplificou os símbolos utilizados, sendo que o
aperfeiçoamento mais significativo foi a possibilidade de executar
cálculos com frações; porém ainda não haviam introduzido o símbolo do
zero e da vírgula decimal.
A produção do vidro é descoberta pois egípcios — e também sumerianos e
hindus — conheciam a química para a fabricação de uma pasta opaca de
areia revestida com verniz: a faiança. Devido a semelhança com a química
do vidro, os egípcios acabaram descobrindo a forma de produção do vidro
transparente. Este podia ser fundido como o metal, assim, colocando
varetas tubulares, podia ser moldado quando ainda quente, e até receber a
forma de vasos. Além disso, foi aplicado à imitação de pedras
preciosas, que poderiam ser vendidas a um preço mais acessível à classe
média. Esta técnica foi também logo adotada na Fenícia.
Tal como o vidro, que disponibilizou à classe média algo mais
acessível, a criação do alfabeto fenício também. Isso, pois, os fenícios
necessitavam ampliar seu comércio à classe média, e não mais só aos
poucos privilegiados especializados. Assim, a escrita fenícia
caracterizada pela sua simplificação (selecionaram apenas 29 símbolos
dos caracteres cuneiformes), foi tão próspera que se firmou, acabando
por difundir e popularizar-se na Idade do Ferro.
O último passo que desencadearia na Idade do Ferro — acontecido no
período que o antecedeu —, fora a descoberta de um novo metal: o ferro.
Esse novo metal apresentava uma vantagem em relação ao bronze e ao
cobre: era encontrado facilmente, assim não implicaria em seu alto
custo. Para a moldagem do ferro — isto é, para fundi-lo — necessitava de
uma fornalha que apresentasse temperaturas muito mais elevadas do que
as disponíveis na Antiguidade: desenvolvida somente após muitos séculos.
Assim foi constituído um novo processo para sua moldagem: o ferro
forjado, no qual era executado submetendo-o a um aquecimento — não ao
seu derretimento, como para a fundição —, e depois moldado a golpes de
martelo.
Assim, devido aos eficientes e econômicos métodos de se trabalhar o
ferro, e este mais barato e acessível, tornou-se popular aos implementos
da agricultura, da indústria e também da guerra. Com isso, qualquer
camponês podia dispor de um machado de ferro — para cortar os matagais —
e de um arado de ferro — para afofar a terra —, e assim torná-la
utilizável. Artesãos podiam dispor de ferramentas necessárias ao seu
trabalho, tornando independente às casas dos nobres ou reis. A camada
pobre podia, agora, enfrentar os cavaleiros. E os povos que antes se
mostravam em desigualdade em relação a outros — quando o bronze era
privilégios de alguns —, agora podiam enfrentá-los, já que não existia
mais uma enorme desigualdade das condições de armamentos.[2] Assim constituía bases para o novo período: a Idade do Ferro.
[editar] Idade do Ferro
O início dessa fase foi marcado por sucessivas invasões de
territórios entre os diversos povos. Assim, neste período inicial — que
durou aproximadamente cinco séculos — não houve uma evolução
significativa. Mas após essa limitação, começou um período de evoluções
nunca visto antes.
Uma importante inovação nesse período foi a iniciação de uma sistema
fabril de cerâmica, nos séculos V e VI a.C. Este sistema fabril era
executados por empregados, cada um responsável por um ofício: um pintor,
no início incumbia ao próprio mestre de cerâmica, mas posteriormente
passou a ser a uma pessoa específica; um forneiro; quatro modeladores; e
também o proprietário. Provavelmente, esse tipo sistema fabril não foi
somente aplicado à indústria de cerâmica, como também às outras
indústrias. Essas indústrias utilizavam, em grande escala, trabalhadores
escravos. Apesar de também existirem, embora muito pouco, artesão
livres.
Tendo em consideração que os escravos constituíam grande parte da
população, e recebiam um salário que com o qual não podiam se alimentar
direito. Esses não poderiam comprar os produtos que eles próprios
produziam. Essa situação desencadeou na decadência da indústria, e desse
modo os industriais passaram a não mais investir no setor industrial,
começando a investir nos setores da agricultura e empréstimos a juros.
No campo da Matemática, foram descobertas muitas propriedades
interessantes e importâncias dos números. Um dos fatores que limitavam
os cálculos nesse período, era o não-conhecimento do sistema de notação
numérica — onde utiliza-se letras para descobrir valores interligados,
ou seja, as equações. Para a resolução de cálculos de contabilidade
usava-se o ábaco (recurso inventado provavelmente pelos fenícios). Foram
aprimorado cálculos geométricos, onde atribuiu-se a Pitágoras o Teorema
de Pitágoras, dentre outras propriedades. Descobriram, com ajuda dos
gregos, os valores aproximados do números irracionais — até então
não-descoberto por nenhuma sociedade—, e também como resolver equações
de segundo grau — onde foi concedida ajuda dos babilônios. Essas
descobertas de novas propriedades da geometria, ajudaram a localizar
planetas no céu, naves no mar e a dividir com mais precisão os relógios
solares.
Além disso, no século III a.C., os matemáticos babilônicos
estabeleceram, finalmente, um símbolo para o número zero, aperfeiçoando,
assim, o sistema babilônico. Entretanto, foi no campo da Geometria que a
matemática teve maior significado: foi sistematizada teoricamente;
aplicou-se os estudos anteriores sobre superfície curvilínea; e,
principalmente, fora aplicadas aos objetos reais feitos pelo homem — tal
como para traçar a parábola dos projéteis das catapultas, e as
hipérboles traçadas pelas sombras no relógios de sol. Nesse século
também foram trabalhados com equações do terceiro grau e produzido
aproximações, embora pequenas, de razões trigonométricas, como números
irracionais e o valor de PI. Assim, astrônomos passaram a dedicar-se a
calcular as distância entre os planetas, seus tamanhos, etc.
A artilharia recebeu uma revolucionária invenção: as catapultas.
Estas eram muito mais eficazes do que arcos e flechas, fundas (um tipo
de estilingue para arremessar pedras), aríetes (espécie de máquina para
derrubar muralhas), etc.
Os moinhos eram máquinas complexas, que consistia na inovação de
mecanismos. Assim, convertiam movimentos horizontais em rotatórios, e
aumentavam a energia diminuindo a velocidade. Eram feitos de madeira —
como todas as aparelhagens da moenda. Havia também alguns que
apresentavam rodas dentadas (feitas de metal).
As indústrias secundárias desenvolveram-se segundo os padrões
clássicos. E houve uma maior especialização dos operários, como na
região de Delos. Comumente empregavam de dez a vinte trabalhadores. Na
indústria de moagem houve uma verdadeira evolução. Essa evolução
consiste no emprego de moinhos rotativos puxados a burro (cerca de 330
a.C.), ou por força hidráulica (depois de 100 a.C.) — primeira renovação
do emprego da força motriz.
Para a drenagem das águas, inicialmente foi inventado uma máquina de
madeira na qual podia-se elevar a água de dois a quatro metros e,
geralmente, impulsionada por uma força motriz humana. O processo
baseava-se na rotação de um moinho de roda — este adaptado de baldes que
giravam junto com o moinho — retirando a água do local desejado.
Posteriormente, no século III d.C., foi inventado um máquina que
apresentava bombas de drenagem d’água. Estas eram constituídas com
válvulas, cilindros e pistões, num processo semelhante ao princípio
pneumático da bomba manual. Porém, não há registro da utilização dessas
invenções no período da Idade do Ferro, somente registros posteriores.
Isso deve-se, provavelmente, à deficiência dos canos de chumbo ou do
alto custo dos canos de bronze; o ferro nesse período, só alcançara a
técnica de ser forjado, ainda não havia recursos para executar a sua
fundição, por isso não podia ser utilizado.
A navegação ficou dependente da Astronomia (ciência que estuda os
astros), onde os navegadores guiavam-se pela posição das estrelas (não
havia ainda instrumentos para navegação). O estudo das estrelas foi
feito pelos gregos, que aproveitaram o conhecimento dos babilônios e
egípcios. Os navios tornaram-se maiores e mais rápidos, sendo seus
mecanismos de direção e controles, aperfeiçoados. Foram também mais
freqüentemente utilizado para atravessar o alto mar, ao invés de navegar
no litoral. Uma verdadeira revolução para a navegação, foi a construção
do farol: tinham o objetivo de sinalizar aos navegantes. Este
constituía uma torre de mais de 160 metros de altura, e no seu ponto
mais elevado havia fogo de uma madeira resinosa (substância inflamável).
Além disso, outro importante melhoramento foi o dos portos, onde as
contribuições dos romanos — cimento hidráulico, ensecadeira (tapume
feito em volta das construções que estão submersas na água, para
trabalhar em seco) e colocação de pilastras embaixo d’água — foram
importantes.
O transporte terrestre também teve seus melhoramentos, se tornando
mais rápido. O sistema de estradas dos persas foi ampliado e
aperfeiçoado. Os romanos, ao unirem a Itália sob sua hegemonia,
começaram a ligar estradas, com objetivos militares. Esse tipo de
transporte enfrentava problemas como a poeira — embora incomodo, não
impossibilitava o tráfego — e o barro — ao contrário da poeira,
impossibilitava o tráfego. Assim, tornava-se lento e caro.
Nessa época, não era conveniente enviar produtos de um lugar a outro
por meio do transporte terrestre, ou mesmo marítimo. Desse modo, foi a
indústria que passou a se expandir para os mercados.
Com essas invenções, aperfeiçoamentos e desenvolvimentos de novas
técnicas, objetos e máquinas úteis ao homem, preparava-se o fim da Idade
do Ferro e inícios da Idade Média. Por parte da agricultura, esse
período que chegava ao fim, apenas introduziu os objetos que seriam
aperfeiçoados no período seguinte; assim como aconteceu com os moinhos, e
com os outros inventos. A Idade do Ferro deu início aos implementos que
seriam aperfeiçoados na Idade Média. Esse novo período, porém, foi
bastante caracterizado pelo aperfeiçoamento dos instrumentos já
existentes.
FONTE: Wikilivros
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