Sertão brasileiro
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- Nota: Se procura o estilo musical sertanejo, veja Música sertaneja. Se procura o romance de José de Alencar, veja O Sertanejo.
- Nota: Se procura outros significados de Sertão, veja Sertão.
O Sertão brasileiro é uma região geográfica do Nordeste do Brasil.
Estende-se por grande parte da Bahia, de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí; por todo o Ceará; e por uma pequena parte do Sergipe e de Alagoas. Além disso, atinge a Mesorregião Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha no estado de Minas Gerais.
Compreende as áreas dominadas pelo clima tropical semi-árido,[1]
que apresenta temperaturas elevadas (entre 24 °C e 28 °C) e duas
estações bem definidas: uma seca e outra chuvosa. As chuvas
concentram-se em apenas três ou quatro meses do ano, e pluviosidade no
Sertão atinge a média de 750 mm anuais, sendo que em algumas áreas chove
menos de 500 mm ao ano.[1]
História
A palavra Sertão tem origem durante a colonização do Brasil pelos portugueses. Ao saírem do litoral brasileiro e se interiorizarem, perceberam uma grande diferença climática nessa região semi-árida.
Por isso a chamavam de "desertão", ocasionado pelo clima quente e seco.
Logo, essa denominação foi sendo entendida como "de sertão", ficando
apenas a palavra Sertão.
O primeiro processo do país de interiorização ocorreu nessa região,
entre os séculos XVI e XVII, com o deslocamento da criação de gado do litoral, devido à pressão exercida pela expansão da lavoura de cana-de-açúcar, que era o principal produto de exportação da economia colonial. A área foi conquistada por povoadores com escassos recursos e o desenvolvimento da pecuárianordestino e o interior, dando origem a diversas cidades. O rio São Francisco constituiu uma via natural de entrada para o Sertão, ampliando a extensão da área envolvida nessas trocas.
possibilitou o desbravamento nos sertões. Os caminhos de boiadas assim
criados permitiram a articulação e o intercâmbio entre o litoral
Chuvas
O Sertão é a sub-região que apresenta o menor índice pluviométrico de todo o país.[2] A escassez e a distribuição irregular das chuvas nessa área devem-se, sobretudo, à dinâmica das massas de ar e, também à influência do relevo.
Entre os meses de outubro e março podem, ocasionalmente, ocorrer chuvas nas demais áreas do Sertão provocadas pela ação de frentes frias polares que atingem o Sudeste. Já a ocorrência de chuvas nas demais áreas do Sertão está associada, basicamente, aos ventos alísios que sopram do Hemisfério Norte.[3] Quando são mais intensos, esses ventos provocam chuvas no Sertão, principalmente entre os meses de março e maio.
Seca
Na maior parte do Sertão, as chuvas geralmente ocorrem entre os meses de dezembro e abril.[4][5] Porém em certos anos, não ocorrem precipitações nesse período e a estiagem pode de prolongar dando origem às secas.
A ocorrência das secas está diretamente relacionada ao fenômeno do aquecimento das águas do Oceano Pacífico,[5] nas proximidades da costa oeste da América do Sul, denominado El Niño. Esse aquecimento do Pacífico[5] interferindo na circulação dos ventos em escala global, e consequentemente, na distribuição das chuvas no Sertão nordestino. ocorre em períodos irregulares de três a sete anos,
As secas acarretam grandes prejuízos aos proprietários rurais, que perdem suas lavouras e criações, e à população em geral, que sofre com a falta de alimentos e água potável nessa sub-região do Nordeste.
A área atingida pela seca equivale a três vezes o estado de São Paulo[carece de fontes].
As chuvas esporádicas e o auxílio emergencial não podem fazer
esquecer a necessidade de se criarem alternativas eficazes para combater
o problema.
A seca é uma tragédia cíclica. A fome e o abandono do sertanejo são permanentes.
Uma cisterna
com capacidade para 15 mil litros custa cerca de R$ 1,8 mil e pode
abastecer uma família de cinco pessoas por sete a oito meses de estiagem[6].
Polígono das Secas
Com o propósito de facilitar ações para combater as secas e amenizar os seus efeitos sobre a população sertaneja, o governo federal delimitou em 1951,[5][9][10] o chamado Polígono das Secas.
Inicialmente o Polígono abrangia cerca de 950.000 km²,[5] estendendo-se pelas áreas de clima semi-árido.
Entretanto, após a ocorrência de grandes secas, a área do Polígono foi
ampliada, alcançando parte do estado de Minas Gerais, também atingido
pelas estiagens.
Diversos órgão do governo são responsáveis pelo combate às secas, especialmente o DNOCS (Departamento de Nacional de Obras Contra as Secas), que coordena programas de irrigação, construção de poços artesianos e açudes, bem como outras funções, visando amenizar os problemas da população. chuvas são pouquíssimas no sertão nordestinos
Caatinga
A Caatinga é a vegetação predominante em todo Sertão e em parte do Agreste. Ela ocupa as áreas de clima semi-árido, resistindo às secas através de adaptações naturais.
Centros urbanos
O seu maior polo geopolítico e civilizacional fica na sua parte mais
setentrional e costeira, e é a única capital que sedia dentre as nove da
região, ou seja, Fortaleza (uma das 100 maiores metrópoles litorâneas do mundo).
O sertão também conta com importantes cidades polos e centros urbanos que exercem significativa influência na região tais como: Petrolina, Serra Talhada, Arcoverde e Araripina em Pernambuco; Patos, Sousa, Pombal e Cajazeiras na Paraíba; Vitória da Conquista, Juazeiro, Jequié, Barreiras, Paulo Afonso e Jacobina na Bahia; Picos no Piauí; Juazeiro do Norte, Sobral, Icó e Crato no Ceará; Mossoró e Caicó no Rio Grande do Norte e Delmiro Gouveia em Alagoas. O único estado sertanejo que não possui polos notáveis é o estado de Sergipe, justamente onde o sertão atinge suas menores áreas e populações dentro de estados nordestinos.
Cultura
O sertão compete com a Zona da Mata pelos melhores carnavais da
região, enquanto a zona da mata possui os maiores. O mesmo ocorre com o
São João, já que o Agreste possui os maiores, porém o sertão compete com
muitos dos melhores festivais, dentre os quais se destacam o de Patos,
Mossoró, etc. No litoral semi-árido também encontramos a cultura do
jangadeiro setentrional, tido como o arquétipo do cearense, mas que não
reflete tanto o sertanejo meridional, sem litoral. A base etnológica do
Sertão varia com latitude e longitude, mas no geral tende a ser mais
ameríndia e europoide que a média da zona da Mata centro-meridional,
meio-norte setentrional, etc. O sertão por ser a zona geográfica mais
extensa, mesmo que não a mais povoada, mas já ter sido talvez a mais
populosa em meados do século XVIII e XIX, tende a ser visto como a
síntese do Nordeste pelos não-nordestinos, mesmo quando o Nordeste
apresenta tamanho grau de heterogeneidade que possa inclusive ser
chamado de os "Nordestes". O principal ritmo nativo do Sertão é o forró.
Já o gênero não-sertanejo mais apreciado no sertão é a música sertaneja
do interior do Centro-Sul ocidental.
FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre
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