25/08/2011
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19h52
Astrônomos descobrem planeta feito de diamante
DA REUTERS
Astrônomos localizaram um exótico planeta que parece ser quase todo
feito de diamante, girando em torno de uma pequena estrela, um pulsar,
nos confins da nossa galáxia --mais exatamente na constelação da
Serpente.
O novo planeta é bem mais denso do que qualquer outro já visto, e consiste praticamente só de carbono.
Por ser tão denso, os cientistas calculam que o carbono deve ser cristalino, ou seja, uma grande parte dele é mesmo de diamante.
"A história evolutiva e a incrível densidade desse planeta sugerem que
ele é composto de carbono, ou seja, um enorme diamante orbitando uma
estrela de nêutrons [um pulsar] a cada duas horas, numa órbita tão
compacta que caberia dentro do nosso Sol", disse Matthew Bailes, da
Universidade de Tecnologia Swinburne, em Melbourne.
A 4.000 anos-luz da Terra, ou cerca de um oitavo da distância entre a
Terra e o centro da Via Láctea, o planeta é provavelmente remanescente
de uma estrela que já foi gigantesca, mas que perdeu suas camadas
externas para a estrela que orbita.
NASA/JPL-Caltech/L. Cieza (University of Texas at Austin | ||
Constelação da Serpente (foto) abriga, ao que tudo indica, um planeta de diamante que orbita um pulsar |
20 VEZES MAIS DENSO QUE JÚPITER
Os pulsares são estrelas de nêutrons, pequenas e mortas, com apenas
cerca de 20 quilômetros de diâmetro, girando centenas de vezes por
segundo e emitindo feixes de radiação.
No caso do pulsar J1719-1438, seus feixes varrem a Terra regularmente e
já foram monitorados por telescópios da Austrália, do Reino Unido e do
Havaí, o que permite aos astrônomos detectar modulações devido à atração
gravitacional do seu companheiro planetário feito de diamante, que não é
visto diretamente.
As medições sugerem que o planeta, com um "ano" de 130 minutos, tem uma
massa ligeiramente superior à de Júpiter, mas é 20 vezes mais denso,
segundo relato de Bailes e seus colegas na edição de quinta-feira da
revista "Science".
Além do carbono, o novo planeta também deve conter oxigênio, que pode
ser mais abundante na superfície, tornando-se mais raro na direção do
centro, onde há mais carbono.
Sua grande densidade sugere que os elementos mais leves -- hidrogênio e
hélio -- que compõem a maior parte de gigantes gasosos, como Júpiter,
não estão presentes.
O aspecto desse bizarro mundo de diamante, no entanto, é um mistério.
"Em termos do seu aspecto, não sei nem se eu posso especular", disse Ben
Stappers, da Universidade de Manchester. "Não imagino que uma imagem de
um objeto muito brilhante seja o que estamos vendo aqui."
FONTE: Folha.com/Ciência
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