26/08/2011
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11h55
Astrônomos flagram superburaco negro devorando estrela
RAFAEL GARCIA
DE WASHINGTON
DE WASHINGTON
Um grupo de astrônomos conseguiu flagrar pela primeira vez um buraco negro engolindo uma estrela.
Usando imagens do telescópio espacial Swift, que "enxerga" raios gama e
raios X, cientistas puderam ver as coisas estranhas resultantes dessa
refeição estelar, como um jato de partículas emitido quase na velocidade
da luz.
M.Weiss /CXC/Nasa | ||
Astro escuro tem 1 milhão de vezes a massa do nosso Sol e está localizado no coração de galáxia distante |
A energia liberada pela estrela em agonia foi detectada pela primeira vez pelo Swift em 28 de março deste ano.
Cientistas que trabalham com dados do observatório foram todos alertados
por um sistema que envia a eles um recado no telefone celular caso
alguma coisa no céu passe a emitir muitos raios gama.
David Burrows, astrônomo da Universidade Estadual da Pensilvânia que
liderou os trabalhos, disse que não se impressionou muito quando viu os
primeiros dados, vindos de uma região próxima à constelação do Dragão.
"Conversei com alguns outros colegas por telefone, e estávamos achando
que era um tipo mais comum de explosão de raios gama", disse o cientista
à Folha.
"Um minuto depois de desligar o telefone, porém, recebemos outro alerta,
indicando que uma outra explosão de raios gama teria ocorrido no mesmo
lugar do céu."
Burrows explica que, normalmente, as explosões de raios gamas não se
repetem no mesmo lugar. O Swift, porém, não parava de enxergar esses
feixes de energia.
Enquanto a equipe do Swift debatia o problema, um grupo de astrônomos
conseguiu apontar um telescópio que enxerga luz comum para a fonte de
raios gama.
DE OUTRA GALÁXIA
Ashley Zauderer, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica, mediu a
distância da fonte brilhante no céu, algo que não é possível fazer com
raios gama. Mas a fonte das emissões não estava na nossa galáxia.
Era o núcleo de outra galáxia a 4,5 milhões de anos-luz de distância,
algo estranho para uma fonte de energia que emitia mais raios gama do
que todo o resto do céu.
"Um brilho tão forte vindo de tão longe só poderia estar sendo gerado
por algo relacionado aos buracos negros que ficam no centro de
galáxias", afirma Burrows.
Na edição de ontem da revista científica "Nature", os grupos de Burrows e
Zauderer publicaram estudos separados sobre a descoberta.
Os cientistas usam teorias de astrofísica para pintar um cenário visual
impressionante para o evento. O buraco negro que engoliu o astro fica no
centro de sua galáxia e tem uma massa
estimada em 1 milhão de vezes a do Sol.
estimada em 1 milhão de vezes a do Sol.
"A face da estrela que está virada para o buraco negro sofre uma atração
muito maior do que aquela que está do lado oposto, e então a estrela é
esticada", afirma Burrows. O resultado é um
disco orbitando o astro negro.
disco orbitando o astro negro.
A temperatura do material aumenta, levando à emissão de raios X. É dessa
maneira que o evento se torna visível aqui da Terra. Nisso, campos
magnéticos se formam em um eixo perpendicular ao disco.
Como um ímã, o complexo em torno do buraco negro cospe partículas eletricamente carregadas e raios gama.
FONTE: Folha.com/Ciência
Arte | ||
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