quinta-feira, 30 de junho de 2011

ARQUEOLOGIA DA REGIÃO DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DA CAPIVARA - Sudeste do Estado do Piauí/BRASIL ( Arqueologia Brasileira )

Arqueologia da região do Parque Nacional Serra da Capivara - Sudeste do Piauí
Niéde Guidon
Em 1973, a equipe franco-brasileira do Piauí, sob minha direção, iniciava as pesquisas na região de São Raimundo Nonato, pequena cidade perdida no sertão, uma das mais pobres regiões do Brasil.
Hoje, trinta anos depois, podemos iniciar um balanço de tudo o que foi feito e, principalmente, do que resta a fazer, sem dúvida trabalho para mais uma geração!
Meu interesse pela região havia sido despertado pelas pinturas rupestres que ornam as paredes de alguns abrigos rochosos. Notícias dessas pinturas me haviam sido transmitidas em 1963 e as fotografias que vi imediatamente chamaram minha atenção pois era algo completamente desconhecido. Procurei chegar à região nas férias de dezembro do mesmo ano, mas os rios haviam transbordado e derrubado pontes, o que me impediu de chegar ao destino. Em 1964 deixei o Brasil. Em 1970, já trabalhando na França, vim ao Brasil em uma missão de pesquisas e, ao término da mesma, decidi passar pelo Piauí para ver as pinturas. O que vi me fez decidir a batalhar para criar uma missão arqueológica com o objetivo único de estudar essa região.
A região sudeste do Piauí ocupa uma zona de fronteira entre duas grandes formações geológicas, o escudo cristalino do pré-cambriano e a bacia sedimentar Maranhão-Piauí, do Siluriano-Permiano. Esse foi o ponto básico sobre o qual apoiamos o nosso projeto de pesquisas: uma fronteira geológica se caracteriza pela diversidade de seus ecossistemas e pela abundância e diversidade dos produtos naturais. Nossa hipótese de base foi que essa diversidade e riqueza seriam motivos para facilitar o desenvolvimento cultural de povos que aí tenham se estabelecido, o que resultaria em uma população relativamente numerosa, com longa duração no tempo e com um padrão social que permitisse a evolução das tecnologias, tanto as de sobrevivência como as ligadas à vida espiritual.
Hoje, trinta anos depois, podemos afirmar que nossa hipótese de base foi demonstrada.
Nosso interesse inicial eram a arte rupestre, pinturas e gravuras. Logo na primeira missão de 1973, descobrimos 55 sítios, a maior parte com pinturas. Alguns eram aldeias em cujo solo abundavam cacos de cerâmica e objetos de pedra lascada e polida. Pensávamos, então, que esses sítios eram recentes pois, como todos os arqueólogos americanos, acreditávamos que a América havia sido povoada tardiamente e que a América do Sul havia sido a última parte da Terra a receber representantes do gênero Homo.

Pintura rupestre encontrada na Serra da Capivara
Fotos: Fumdham
Nas primeiras missões nada mais fizemos do que documentar as pinturas rupestres e buscar dados sobre a região. Essa pesquisa bibliográfica demonstrou que nunca ninguém havia pesquisado naquela região e que nada se sabia sobre a mesma, nem sobre as bases físicas, nem sobre fauna e flora. Por esta razão, em 1978, transformamos nossa equipe de pesquisas, que passou a integrar especialistas de outras áreas, de modo a poder desenvolver um trabalho interdisciplinar que possibilitasse a definição do quadro atual, para que fosse possível fazer um estudo da evolução do clima e da paisagem. No mesmo ano realizamos as primeiras sondagens visando encontrar vestígios dos povos que haviam realizado as pinturas. Nesse mesmo ano solicitamos ao governo do Brasil a criação de um parque nacional de modo a criar as condições de proteção total para os sítios arqueológicos e para a natureza, então exuberante. Em junho de 1979, era criado o Parque Nacional Serra da Capivara.
Ao fio dos anos os trabalhos interdisciplinares foram progredindo, as pesquisas ampliando-se, muitos trabalhos de teses, de mestrado e de doutorado foram preparados na região, proporcionando assim uma quantidade de dados que nos permite traçar hoje um esboço da pré-história regional. Esse esboço irá sendo completado de modo a nos permitir, ao término dos trabalhos, contar a história desde a chegada dos primeiros grupos humanos até os dias atuais.
Nas épocas pré-históricas as condições ambientais eram muito diferentes. As escavações arqueológicas demonstraram que, até cerca de 9.000/8.000 anos atrás, existiam grandes rios e a região era coberta por florestas tropicais úmidas. Escavações realizadas no sítio Toca do Fundo do Baixão da Pedra Furada permitiram a descoberta de vestígios de origem européia (uma faca metálica) enterrada a 1,40 metros de profundidade, na margem de um antigo rio. Carvões encontrados em uma fogueira ao lado deram uma data carbono 14 (C-14) entre os anos de 1.640 e 1.730 de nossa era (Beta 156408 e Beta 154636). Portanto, até essa data os rios corriam no vale da Pedra Furada. Uma vegetação abundante, perenifólia, assegurava a alimentação para a fauna, majoritariamente herbívora e de grande porte. Durante milênios, espécies da megafauna existiram na região e co-habitaram com os grupos humanos que a povoavam. As espécies mais comuns da megafauna eram a preguiça gigante (Catonyx cuvieri e Eremotherium lundi), o tigre-de-dente-de-sabre (Smilodon populator), o mastodonte (Haplomastodon waringi), o tatu gigante (Glyptodon clavipes), as lhamas (Palaeolama major e Paleolama niedae) e cavalos (Hippidion bonaerensis e Hippidion sp.) (Guérin, 1991). Junto a esta fauna gigante, existiam também as espécies de médio e pequeno porte, que foram fontes de alimentação das populações que aí viviam.

Trecho de mata na Serra da Capivara
Nesta região existem evidências de presença humana que remontam a 60.000 anos. O sítio Toca do Boqueirão da Pedra Furada, escavado entre 1978 e 1988, forneceu a mais completa estratigrafia até hoje encontrada nas Américas (Parenti, 2002, Parenti et al, 1990, Guidon and Delibrias, 1986, Guidon et al., 1994). Hoje podemos afirmar que a entrada de Homo sapiens para o continente americano fez-se em vagas que, saindo de diferente lugares, seguiram diferentes caminhos e que as primeiras devem ter entrado na América entre 150.000 e 100.000 anos atrás. A razão nos faz supor que um continente como o americano, que vai do Pólo Norte ao Pólo Sul, deve ter sido ocupado a partir de diversos pontos de penetração, que incluem também a via marítima. Não devemos esquecer que o nível do mar variou durante as diferentes épocas, caracterizadas por avanços e recuos das glaciações e que, em certos momentos, chegou até a 150 metros abaixo do nível atual, o que significa que um maior número de ilhas afloravam e a plataforma continental era bem mais ampla.
Dispomos, para o sítio Toca do Boqueirão da Pedra Furada, de 63 datações por C-14, realizadas em laboratórios da Europa, América e Austrália que permitiram o estabelecimento de uma coluna crono-estratigráfica sem inversões, que vai de 59.000 até 5.000 anos antes do presente (Parenti, 2002; Parenti et al., 1999; Santos et al., no prelo). Essas datações antigas levantaram objeções entre certos colegas americanos e a polêmica se instalou (Meltzer et al., 1994; Guidon et al., 1996). Objetavam esses colegas que as peças líticas podiam ser o resultado de lascamentos naturais, que os carvões eram o resultado de fogos naturais e que os fogões encontrados eram também formados por fenômenos naturais, diversos blocos caídos perto um do outro. Essas objeções foram destruídas por uma série de trabalhos feitos. Gisele Daltrini Felice (Felice, 2002) realizou uma série de sondagens, descendo a encosta do sítio, até o fundo do vale, subindo a encosta oposta até o paredão da cuesta. Se os carvões do sítio Toca do Boqueirão da Pedra Furada tivessem sido originados por incêndios naturais, a pesquisadora deveria ter encontrado as mesmas camadas de carvões nas encostas, ou no vale. Fora do sítio não foram encontradas camadas de carvões correspondentes às encontradas dentro do abrigo, o que elimina a possibilidade de fogos naturais. pois sabemos que o fogo sobe encostas e não é lógico pensar que ele se declarou unicamente dentro do abrigo que tem cerca de 70 metros de comprimento por 15 de largura. Análises ao microscópio de varredura, realizadas na Texas A & M University confirmam a origem antrópica dos lascamentos.

Machadinha
usada para cortar e raspar
Os vestígios da cultura material descobertos indicam a existência de uma única primeira cultura, que atravessa os milênios inovando tecnicamente e fazendo escolhas entre os muitos recursos naturais disponíveis. Os instrumentos cortantes e pontiagudos, dos tipos facas, raspadores, perfuradores, são feitos em quartzo e quartzito. São peças líticas pouco trabalhadas, talhadas segundo as necessidades do momento, utilizadas e logo abandonadas. Os instrumentos são feitos de maneira a serem utilizados em funções gerais tais como cortar ou raspar sem que exista a procura da especialização. Os artefatos foram achados nos solos arqueológicos junto às estruturas de fogueiras. Dessas fogueiras foram extraídos os carvões de lenha que, submetidos a análises de C-14, forneceram as datações dos referidos solos arqueológicos e dos vestígios que neles foram encontrados. Enormes oficinas líticas, isto é locais onde os homens pré-históricos obtinham a matéria prima e a lascavam para fabricar ferramentas, foram descobertas, na região norte do Parque Nacional, em 2002. Eram locais junto a antigas quedas d'água, atualmente secas, nos quais afloram blocos de metaquartzito, rocha excelente para o lascamento. Em uma delas, milhares de vestígios líticos coalhavam o solo sobre uma superfície de cerca de 25.000 metros quadrados. A qualidade técnica das peças dessas oficinas é excelente, a mesma qualidade que é encontrada no paleolítico europeu ou na África. Serão realizadas escavações nesses locais buscando datar esses sítios.
A técnica de realização das ferramentas líticas também se transforma lenta mas marcadamente. Apesar de prosseguirem utilizando as matérias primas da indústria do Pleistoceno, passam a empregar também uma nova rocha, mais adequada ao lascamento: o sílex e a calcedônia, que devem procurar em certos locais específicos. O número e a diversidade dos tipos de ferramentas é maior. A manufatura dos instrumentos torna-se mais especializada e adequada às suas funções, esta procura da especificidade é uma das grandes diferenças com a tecnologia pleistocênica. São comuns os raspadores, facas, lascas retocadas, seixos lascados e percutores. Alguns artefatos apresentam marcas de intensa utilização permitindo observar o desgaste diferenciado. Neste período em que a tecnologia lítica se torna mais complexa e precisa, aparecem instrumentos novos, como as pontas de projétil. Junto à tecnologia cada vez mais requintada de lascamento aparecem técnicas de polimento em torno de 9.200 anos BP [Before present=antes do presente], datação de um machado de pedra polida descoberto nas escavações arqueológicas da Toca do Sítio do Meio. A utilização da argila para a realização de artefatos cerâmicos torna-se mais complexa. A utilização da argila, apenas secada ao sol, que devia caracterizar a tecnologia pleistocênica é substituída pelo emprego de procedimentos de queima, o que dá lugar ao aparecimento da cerâmica. A descoberta, na Toca do Sítio do Meio, de cacos de cerâmicas datados de 8.900 anos BP, situa cronologicamente essa técnica e envelhece o aparecimento da cerâmica no continente americano.
Muitos vestígios da cultura material do período mais antigo se desintegraram pela fragilidade de seu suporte. A cestaria, o trançado, tecnologias que devem ter existido, não suportaram os efeitos do tempo e da umidade. O mesmo aconteceu com os objetos feitos sobre matérias primas orgânicas.
Os abrigos sob rocha da serra não eram utilizados como lugares de habitação. Muitos deles tinham depressões rochosas onde acumulava-se água da chuva. Essas depressões são localmente denominadas caldeirões, sendo freqüentadas para outros usos ou como pontos de caça, aproveitando a vinda de animais para beber. Como locais de moradia foram escolhidos outros espaços: locais mais abertos, na desembocadura de boqueirões, de vales largos, alto da chapada, perto de fontes de água, de rios ou córregos que eram abundantes nessa época úmida.
A mais importante característica cultural dos grupos étnicos desta região é ter desenvolvido um sistema de comunicação social através de um registro gráfico de caráter narrativo. No período pleistocênico, as populações já tinham atividades gráficas. Fragmentos de parede, com traços de pintura, foram achados caídos sobre solos arqueológicos. Neles as figuras desenhadas não são identificáveis, mas confirmam a prática dessa atividade. Sobre as paredes dos abrigos do Parque Nacional existe uma densa quantidade de pinturas rupestres realizadas durante milênios. As representações animais são muito diversificadas, sendo possível reconhecer espécies inexistentes hoje na região e outras totalmente extintas, como camelídeos e preguiças gigantes. Existem também reproduções de capivaras, veados galheiros, caranguejos, jacarés e certas espécies de peixes, hoje desaparecidas na área, extremamente árida para poder abrigá-las. Até agora já foram descobertos 550 sítios de arte rupestre, pinturas e gravuras, mais uma prova da antiguidade da presença humana na região e da prática rupestre.
Podemos seguir a evolução desta arte rupestre que, ao longo de cerca de 30.000 anos, mesmo mantendo os mesmos temas, mostra mudanças no que diz respeito às técnicas de desenho e pintura e na forma como dispunham as figuras sobre o suporte rochoso. Tivemos na região duas tradições, Nordeste e Agreste. A primeira apresenta um estilo inicial, Serra da Capivara, cuja característica é a eclosão do movimento, do dinamismo e da encenação esfuziante de alegria e ludismo. O estilo final, Serra Branca, se caracteriza pelos componentes ornamentais, as vestimentas e os cocares, que resulta em uma decoração gráfica muito particular que persiste e que contrasta com as características do estilo inicial. São adotadas formas de tipo retangular muito decoradas. Os grupos do estilo Serra Branca escolhem o caráter ornamental como seu traço de identificação étnica. Entre esses dois estilos podemos observar um processo evolutivo gradativo e lento, que forma o complexo Serra Talhada (Pessis, 1987, 1992, 1993, 1999).
Assim que as chuvas diminuíram, o clima atual começa a se instalar, a partir de 6.000 BP. A vegetação também diminui, as fontes de alimentação se tornam escassas e a megafauna desaparece totalmente da região, junto com as espécies dos ecossistemas úmidos. As transformações da vegetação e a extinção de uma parte da fauna não afetou a sobrevivência dos grupos humanos, que tinham como fonte de alimentação as espécies de médio e pequeno porte e que sobreviveram às transformações climáticas.
As escavações arqueológicas permitiram provar que os rios corriam na região até a chegada do colonizador que, cortando as florestas-galeria e queimando anualmente toda a região para cultivo da cana e a criação extensiva de gado, sendo o solo frágil e arenoso, provocou processos erosivos e o assoreamento dos vales. Até os primeiros anos da década de 80, parte da população que vivia fora dos povoados e cidades, ocupava abrigos, os mesmos que haviam sido pintados pelo homem pré-histórico. Aproveitavam a parede do fundo e o teto rochoso e construíam paredes de pau-a-pique na parte aberta, na frente. A fumaça de seus fogões e fornos de mandioca ou dos engenhos de açúcar destruíram muitas pinturas. Quando a equipe da Missão Franco-Brasileira iniciou os trabalhos na região os vales eram cobertos por florestas de angico, pau d'arco, aroeira e outras árvores de grande porte. Tudo foi cortado e queimado e hoje impera a caatinga arbustiva; processos erosivos imensos formaram vossorocas que avançam inexoravelmente, criando o deserto (Guidon et al., 2002). A cidade de São Raimundo Nonato era banhada pelo rio Piauí e, do alto da ponte, moradores pescavam. Cerca de 10 lagoas abrigavam garças, patos, toda sorte de fauna e flora aquáticas. Hoje todas foram aterradas, sofrendo o mesmo destino do rio Piauí, que não corre mais. De uma região verde, opulenta, habitada por um povo feliz e rico porque não passava fome e tinha tempo para criar uma civilização que nada deve a similares de todo o mundo, passamos a ser uma área em vias de desertificação, com a fauna e a flora exauridas, onde vive um povo que somente conhece a ignorância e a fome. Os pesquisadores e técnicos da equipe lutam hoje para que o imenso tesouro natural e cultural da região possa ser o motor para o desenvolvimento social e econômico. Assim, a arte rupestre pré-histórica e as maravilhas da natureza permitirão que o sudeste do Piauí volte a ser o que era até a chegada dos colonizadores: uma cultura de primeiro mundo!
Niéde Guidon é coordenadora da Fundação Museu do Homem Americano e Universidade Federal de Pernambuco.
Bibliografia
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FONTE: Com Ciência Arqueologia e Sítios Arqueológicos

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