17/06/2011
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19h48
Desmate na caatinga caiu em 2009, mostra pesquisa
CAROLINA SARRES
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
O desmatamento na caatinga atingiu 1.921 km2 entre 2008 e
2009, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. Número representa
queda em relação ao levantamento anterior, entre 2002 a 2008 e mostrou
perda anual de 2.300 km2. A queda foi considerada insuficiente pelo governo.
Atualmente, a área total desmatada da caatinga chega a quase 46% em relação à vegetação original. Mais de 376 mil km2 foram destruídos, o que equivale à área superior à de todo o Estado do Goiás.
Jefferson Coppola/Folhapress | ||
A área total desmatada da caatinga chega a quase 46% em relação à vegetação original |
Em relação à área total, o desmatamento entre 2008 e 2009 equivale a uma
perda de 0,23% ao ano na vegetação da caatinga, cuja área original era
de 826.411 km2. Na pesquisa anterior, a taxa ficou em 0,28%.
De acordo com a pesquisa divulgada nesta sexta-feira, os Estados que mais desmataram foram Bahia (638 km2), Ceará (440 km2) e Piauí (408 km2).
Embora o ministério não tenha divulgado as metas desejáveis para a
preservação do bioma, admite que o objetivo é reduzir ainda mais o ritmo
de desmatamento, pois o resultado entre 2008 e 2009 foi considerado
"insatisfatório".
De acordo José Arthur Seyffarth, coordenador do núcleo do bioma da
caatinga do Ministério do Meio Ambiente, a principal consequência do
desmatamento da caatinga é a desertificação, fenômeno de degradação em
áreas secas que causa empobrecimento do solo e escassez de recursos
hídricos. "Grande parte do cultivo feito no Nordeste é nas margens dos
rios, o que leva à falta de água e a futuros problemas de plantio. É um
ciclo vicioso", diz o especialista.
Outro problema em relação ao desmatamento é a perda da vegetação
original. "A biodiversidade da caatinga ainda não é totalmente
conhecida. Haverá perda de potencial biológico, caso os biomas sejam
destruídos", afirma Seyffarth.
A principal causa da destruição da vegetação nordestina é o desmatamento
para o uso de madeira irregular. "33% da matriz energética do Nordeste,
do Norte e da região norte de Minas Gerais vem da queima de madeira da
caatinga", diz o coordenador.
O governo pretende reduzir os prejuízos por meio do aumento da área
protegida e da adoção de políticas de manejo sustentável. Unidades de
conservação serão instaladas na região e as populações tradicionais
serão incentivadas a conviver com a caatinga de forma mais sustentável.
A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) disse que enviou hoje à
Casa Civil uma proposta de decreto para criação da Comissão Nacional
para a Caatinga, que terá a função de criar diretrizes e organizar as
iniciativas do governo no sentido de preservar e incentivar o manejo
sustentável da caatinga. "Esse projeto será incluído no plano plurianual
(PPA) de 2012", diz ela.
FONTE: Folha.com/Ambiente
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