14/06/2011
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11h49
Homem evolui 1/3 mais lentamente do que se pensava, diz estudo
DA FRANCE PRESS
Os seres humanos podem estar evoluindo um terço mais lentamente do que
se pensava. Essa é a conclusão de um estudo sobre mudanças genéticas
feito com duas gerações de famílias.
O código genético compreende cerca de 6 bilhões de nucleotídeos ou
blocos de construção de DNA, sendo a metade herdada do pai e a outra
metade, da mãe.
Até agora, a teoria convencional entre os cientistas era de que os pais
contribuíam, cada um, com cem a 200 mudanças nestes nucleotídeos.
O novo estudo, porém, aponta para a ocorrência de muito menos mudanças. Cada pai contribuiria com 30, em média.
"A princípio, a evolução acontece um terço mais lentamente do que se
pensava anteriormente", disse Philip Awadalla, da Universidade de
Montreal (Canadá), que conduziu o estudo realizado pelo grupo CARTaGENE.
A descoberta se deu a partir de uma análise detalhada dos genomas de duas famílias, cada uma composta de mãe, pai e filhos.
O estudo abre novas perspectivas na área, apesar de o tamanho de sua amostra ser muito pequeno.
Se confirmado em maior escala, repercutirá na cronologia evolutiva e
mudará a forma como calculamos o número de gerações que separam o Homo sapiens de um antepassado primata, ancestral comum dos símios.
O estudo também mudará o pensamento sobre se as mudanças de DNA são mais propensas de serem transmitidas pelo pai ou pela mãe.
A ideia geral é que as alterações de DNA --conhecidas em termos
científicos como mutações-- são mais provavelmente transmitidas pelo
homem.
Isto porque as mutações acontecem durante a divisão celular ou
replicação de DNA e, portanto, são muito mais possíveis de ocorrer no
esperma, que contém milhões de espermatozóides, do que nos óvulos.
Em uma das famílias, 92% das mudanças derivaram do pai. Mas na outra família, apenas 36% das mutações vieram do lado paterno.
"A taxa de mutação é extremamente variável de indivíduo para indivíduo
ou (...) algumas pessoas têm mecanismos que reduzem a probabilidade de
mutações", concluiu Awadalla.
Esta variabilidade poderia levar a reconsiderar a previsão de riscos de
doenças hereditárias, causadas por genes defeituosos, transmitidos por
um ou ambos os pais.
Segundo os cientistas, alguns indivíduos podem ter uma doença genética
mal diagnosticada se tiverem uma taxa de mutação natural maior do que a
taxa de referência.
FONTE: Folha.com/Ciência
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