Pequim, 2 jun (EFE).- O curso médio e baixo do rio Yangtzé continua
sofrendo sua pior seca em 50 anos, uma situação que deixou 34 milhões de
pessoas com problemas de abastecimento de água e obrigou o cancelamento
em muitos locais da bacia das tradicionais regatas do festival dos
navios-dragão, uma das mais importantes celebrações na cultura chinesa.
Como conta nesta quinta-feira o jornal oficial "China Daily",
localidades como Honghu, na província central chinesa de Hubei,
cancelaram as regatas, já que muitos dos rios dos arredores estão
completamente secos e o principal lago reduziu sua superfície a um terço
do habitual.
A festa, realizada no quinto dia do quinto mês do calendário lunar
chinês (neste ano é 6 de junho), é a realização mais típica do sul da
China do que do norte, e nesta ocasião os 400 milhões de residentes da
bacia do Yangtzé a recebem com problemas de abastecimento de água e
cultivos arruinados.
"Mesmo se chover nos próximos dias não será suficiente para as corridas
de navios", assinalou ao jornal um dos participantes frequentes nestas
regatas, Xia Jianguo.
Responsáveis da zona alertaram que espécies fluviais e lacustres correm
o perigo de desaparecer devido à seca, e que este aumentou até 60% os
preços de alguns pescados.
O Governo chinês tenta tranquilizar os afetados, afirmando que a seca
não vai afetar os preços do cereal em um país que há meio ano sofre uma
forte pressão inflacionária.
A estiagem secou quase 90% do lago Poyang, o maior de água doce na China, e 50% do segundo maior, chamado Dongting.
A falta de água afeta uma bacia na qual vivem 400 milhões de pessoas,
quase um terço da população chinesa, e a situação é especialmente
dramática nas províncias do curso meio e baixo (Anhui, Hunan, Jiangxi,
Zhejiang e Jiangsu), onde as chuvas foram entre 40% e 50% menores do
normal em 2011.
Além das 34 milhões de pessoas, 950 mil cabeças de gado e 6,96 milhões
de hectares de campos de cultivo, equivalentes a 5% das terras
cultiváveis no país, foram diretamente afetados, pelos números oficiais.
Localidades como Zhoushan, na província de Zhejiang, começaram a
racionar o abastecimento de água, e os moradores só dispõem dela em suas
torneiras durante cinco horas ao dia, relatou nesta quinta-feira o
jornal "Global Times".
Enquanto isso, a cidade de Xangai, a mais povoada do país, vive a pior
falta de água desde 1873, segundo a imprensa da metrópole.
FONTE: UOL Notícias/Ambiente
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