01/06/2011
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17h18
Homem e mulher das cavernas invertiam papel social, diz estudo
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Um estudo sobre os primeiros ancestrais humanos que viviam nas cavernas
Sterkfontein e Swartkrans, na África do Sul, mostra que as mulheres
invertiam seu papel social e abandonavam o núcleo original para
unirem-se a outro, enquanto os homens permaneciam no lugar onde nasciam.
A pesquisa, publicada no último número da revista "Nature", é sem
precedentes porque relata a existência de uma estrutura social
pré-histórica.
A prática feminina de deixar o grupo original para acompanhar o de seus companheiros é comum em algumas culturas.
Esse mesmo padrão é verificado entre chimpanzés e bonobos, mas a maioria
dos outros primatas, como os gorilas, o comportamento é o oposto. As
fêmeas ficam com o grupo no qual nascem e os machos mudavam para outros
lugares.
Darryl de Ruiter /Efe | ||
Crânio de um "Paranthropus robustos", conhecido como SK 48, que viveu em Swartkrans, na África do Sul |
ANÁLISE
Os pesquisadores geralmente encontram dificuldades para entender como os
primeiros hominídeos usavam a terra e se moviam pelo território somente
com a análise morfológica e filogenética.
Liderado pela paleoantropóloga da Universidade do Colorado (EUA) Sandi
Copeland, o grupo do estudo atual usou um indicador geoquímico
--isótopos de estrôncio que se encontram no esmalte dental-- para
determinar os movimentos dos hominídeos.
Foram analisadas dentes e restos de oito espécies Australopithecus africanusParanthropus robustus, grupos que viveram entre 1,7 milhão e 2,4 milhões de anos.
e mais 11
Ambos viveram em savanas arborizadas, provavelmente se alimentando com uma mistura de frutas, grama, sementes e nozes.
Segundo a análise, apenas 10% dos machos se originaram fora de um raio
de 30 quilômetros quadrados, contra mais da metade das fêmeas.
Em outras palavras, os homens só se aventuravam, e raramente, a mais de alguns quilômetros de suas cavernas.
O estudo também contesta o senso comum sobre como os primatas deixaram
de se locomover em quatro patas e tornaram-se bípedes para percorrer
grandes distâncias em busca de abrigo e comida.
Os indícios sugerem que os machos limitaram suas viagens às atividades
de caça e coleta. Ou seja, a mudança para a posição ereta pode ter sido
influenciada por outras necessidades.
FONTE: Folha.com/Ciência
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