É possível clonar um fóssil congelado?
por Luiz Fujita
É possível na teoria, mas, na prática, as ferramentas disponíveis
atualmente ainda tornam o processo difícil. "O principal problema é
encontrar um DNA preservado de um animal extinto", explica Lygia
Pereira, professora do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da
USP. A partir do momento em que o bicho morre, suas células já começam a
se degradar. Depois de milhões de anos, então, imagine o estado em que
as células se encontram, o que torna praticamente impossível encontrar
um DNA perfeito de um animal pré-histórico. Com animais extintos mais
recentemente, como o lobo-da-tasmânia, o trabalho é um pouco mais fácil.
Vários zoológicos e laboratórios inclusive mantêm amostras de DNA desse
animal para que em um futuro que não parece muito distante eles possam
caminhar novamente.
A volta dos mortos-vivos
Dá para trazer os mamutes de volta ao mundo - só falta achar DNA intacto
1. O frio extremo aparentemente congela e conserva bem o corpo do
bicho, mas por dentro não é bem assim. As baixíssimas temperaturas
destroem as células. Junto com elas, vão para o beleléu os cromossomos,
que contêm o material genético, o DNA, necessário para que se possa
produzir um clone do animal
2a. Um jeito de obter o DNA seria sintetizá-lo em laboratório - mas é
difícil, pois, até 2008, apenas 70% do genoma de mamutes foi decifrado.
Outro seria modificar o DNA de um elefante, que seria meio caminho
andado para virar DNA de mamute, mas ainda não se sabe exatamente onde
essas mudanças deveriam ser feitas
2b. Mas, se, por sorte, uma única célula com a sequência de DNA intacta
for encontrada em um fóssil, é possível retirar o seu núcleo, que
contém os cromossomos, e colocá-lo em um óvulo sem núcleo de um parente,
como o elefante. Assim, teríamos um óvulo fértil de mamute, que, com
impulsos elétricos, pode tornar-se um embrião
3. O óvulo é implantado no útero da mamãe elefante, mas essa gestação
tem riscos. Durante a gravidez, há muita troca de materiais entre mãe e
feto. A quantidade de proteínas que um feto elefante receberia pode ser
insuficiente ou exagerada para um feto mamute, por exemplo, o que pode
causar um aborto ou o nascimento de um filhote com problemas
FONTE: Revista Mundo Estranho
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