21/11/2011
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10h15
Paradisíaco, arquipélago indonésio terá investimento em turismo
DA FRANCE PRESSE, EM WAISAI
Na lagoa de águas turquesas, as palafitas dominam os recifes de coral. A
rede está pronta para a siesta e o coquetel no pôr do sol: o
arquipélago indonésio de Raja Ampat é considerado um verdadeiro paraíso.
Mas por quanto tempo ainda?
Ao longo da Papua, Raja Ampat é para a Indonésia o que a baía de Halong
representa para o Vietnã, mas ainda mais vasta: 610 ilhotas distribuídas
em 4,5 milhões de hectares, 753 km de praias de areia fina e,
"provavelmente, a mais importante biodiversidade marinha do mundo",
segundo um estudo de referência estabelecido, em 2002, pela organização
'Conservation International' (CI).
Romeo Gacad/France Presse | ||
Arquipélago, designado para a lista de patrimônio mundial da Unesco, é "o último paraíso na Terra", diz folheto |
O arquipélago, designado para a lista de patrimônio mundial da Unesco, é
"o último paraíso na Terra", diz o folheto do escritório de turismo. E
isso deverá se tornar realidade logo.
Éden quase virgem, o local abriga, no entanto, sete "resorts", com uma
dezena de mansões em cada, tendo recebido no ano passado apenas 4.515
turistas, ou um visitante para mil hectares.
Ainda longamente desconhecido, esta pérola da Ásia é um segredo ainda
bem guardado, mesmo na França, onde serve de cenário a um programa de
reality show, o "Koh Lanta" no canal privado TF1.
Para chegar a este paraíso azul, europeus viajam cerca de 30 horas.
"É o melhor lugar do mundo para mergulhos submarinos", afirma Pam Roth,
uma aposentada londrina adepta dessa atividade há 33 anos.
Mas o desenvolvimento é disfarçado pelos coqueirais. Ao final de um
caminho livre, cortando a selva, numa magnífica baía antes completamente
isolada, uma pista de aterrissagem em construção esbarra nas águas
cristalinas.
O zumbido das máquinas abafa os cantos dos pássaros exóticos. Corta-se,
arranca-se, para fazer nascer um aeroporto que deverá ser inaugurado no
ano que vem.
"Queremos numerosos turistas", comenta Yusdi Lamatenggo, ministro regional do Turismo.
Se quiserem criar uma nova Bali, os turistas vão logo embora", responde o
administrador de PapuaDiving, Jimmy Praet, em referência àquela ilha
indonésia considerada, com frequência, uma vítima do turismo de massa. O
frágil ecossistema sofre, afirma este belga.
"É a qualidade dos turistas, mais que a quantidade que procuramos",
comenta Hari Untoro Dradjat, assessor do ministério nacional do Turismo.
Como prova de boa vontade, as autoridades citam uma regulamentação,
aprovada em julho, que limita o número de "resorts" e de "liveaboards"
(navios pequenos de cruzeiro). Sete parques marinhos já foram criados,
cobrindo 45% dos recifes e manguezais.
O governo recusa-se, no entanto, a condenar a exploração mineral, mesmo
se uma jazida de níquel, no norte do arquipélago, venha sendo apontada
por seu impacto ecológico. "É com as minas que se faz dinheiro, mais do
que com o turismo", acrescenta Dradjat.
"Acho que vão destruir este local", diz Helmut Hochstetter, um alemão de
60 anos, ajeitando-se para um mergulho. "Então, é melhor aproveitar
agora tudo o que pudermos".
FONTE: Folha.com/Turismo
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