Quais foram os maiores desastres tecnológicos da história?
por Alexandre Versignassi
Errar é humano. E, como não existe nada mais
humano que construir grandiosidades tecnológicas, não faltam catástrofes
à altura delas. Trens colidem, represas estouram, telefones ficam
mudos, luzes apagam, aviões e ônibus espaciais explodem. No quadro desta
reportagem, selecionamos seis catástrofes em que alguma coisa nas
invenções humanas saiu errado. E quanto mais admirável for a criação,
maior pode ser o tombo. Veja o caso das usinas nucleares, que fornecem
energia elétrica para milhões de pessoas usando meras bolinhas de urânio
como combustível. Um primor. Mas o desastre mais aterrorizante de todos
os tempos veio justamente de uma dessas "jóias", a usina ucraniana de
Chernobyl. Em 25 de abril de 1986, um reator mal projetado explodiu,
matando 31 pessoas. O problema é que a explosão soltou no ar uma
quantidade de elementos radioativos igual à de 200 bombas de Hiroshima.
Não poderia haver risco mais grave. A radiação, afinal, altera o DNA,
causando mutações genéticas que podem matar rapidamente ou levar a um
câncer. Para evitar a contaminação, 116 mil pessoas que viviam em
regiões a até 30 quilômetros da usina tiveram que abandonar suas casas
para sempre. Mas não foi o bastante. Uma área de centenas de quilômetros
acabou de alguma forma afetada pela radiação. "Depois do acidente,
surgiram 2 mil casos de câncer a mais que o normal na região", diz o
físico Ted Lazo, da Agência de Energia Nuclear, um órgão que regula a
construção de usinas pelo mundo. No fim das contas, dificilmente
saberemos quantas mortes foram, ou ainda vão ser, conseqüência da
radiação de Chernobyl.
Mergulhe nessa
Na internet:
www.nea.fr/html/rp/chernobyl/welcome.html
www.airdisasters.co.uk
http://space.about.com/cs/challenger/a/challenger.htm
www.nea.fr/html/rp/chernobyl/welcome.html
www.airdisasters.co.uk
http://space.about.com/cs/challenger/a/challenger.htm
Falhas fatais
Catástrofes de grandes invenções quase sempre envolvem algum erro humano
TRANSPORTE TERRESTRE
Descarrilamento na Alemanha
As linhas de trem-bala européias completavam 34 anos sem acidentes
fatais quando a morte deu as caras em um megaacidente perto da cidade de
Eschede, na Alemanha. Em 3 de junho de 1998, um trilho rachado tirou
alguns vagões da linha, mas sem derrubá-los. Quando o trem ia freando
sem maiores problemas, um vagão desalinhado bateu inesperadamente no
poste de sustentação de uma ponte que passava por cima dos trilhos. Foi o
suficiente para que os vagões capotassem, matando 101 pessoas.
ENGENHARIA CIVIL
Rompimento de represa americana
Uma onda com algo entre 20 e 40 metros de altura, dependendo do
relato, varreu o extremo oeste dos Estados Unidos em 12 de março de
1928. Mais de 500 pessoas morreram com a superonda, resultado da quebra
de uma represa
com 55 metros de altura e 183 metros de largura encravada no San
Francisquito Canyon, a 72 quilômetros de Los Angeles. Suas paredes eram
finas demais para agüentar a pressão da água. Os engenheiros só notaram o
erro depois que o estrago estava feito.
TELECOMUNICAÇÕES
Pane telefônica nos Estados Unidos
As linhas de telefone agüentam trovão, chuva e terremoto sem dar pau.
Mas sofrem com uma praga: programadores incompetentes. E ela atacou em
15 de janeiro de 1990, quando uma central americana que direciona
ligações entrou em pane. Não seria nada, não fosse uma falha de
programação que fez essa central "avisar" outras 113 que elas também
estavam quebradas - quando não estavam. Resultado: a maior parte dos
Estados Unidos ficou sem chamadas de longa distância por nove horas.
TRANSPORTE AÉREO
Queda do Concorde em Paris
Aviões caem. Mas até 25 de julho de 2000 ninguém esperava que isso
fosse acontecer com um supersônico Concorde, o maior símbolo da aviação
comercial. Bastou estourar um pneu de um dos trens de pouso para que o
tanque de um Concorde da Air France se rompesse durante a decolagem em
Paris, ateando fogo na aeronave. Os 109 ocupantes morreram. Já a queda
com mais vítimas aconteceu com um Boeing 747 da Japan Airlines, que
entrou em pane perto de Yokohama, em 1985. Foram 520 mortes.
EXPLORAÇÃO ESPACIAL
Explosão da Challenger e da Columbia
Os ônibus espaciais eram o que havia de mais seguro na engenharia
aeroespacial. Com as naves Columbia, Challenger, Atlantis e Discovery,
levar homens ao espaço virou uma rotina sossegada a partir de 1981. Até
que, em 28 de janeiro de 1986, um defeito nos tanques da Challenger
enterrou o sonho: vazou combustível no lançamento e a nave explodiu.
Seus sete tripulantes morreram. No ano passado foi a vez da Columbia,
incinerada quando reentrava na atmosfera, também com sete pessoas.
ENERGIA ELÉTRICA
Apagão em Nova York
Multidões tomam as ruas. Milhares caem de cansaço nas sarjetas.
Bandos de saqueadores atacam lojas. Briga, tumulto, guerra? Não: é o que
acontece quando uma metrópole sofre um blecaute.
A rede que alimenta Nova York, por exemplo, já deixou a cidade sem
energia por três vezes, em 1965, 1977 e 2003. No apagão de 1965 (na
foto), cerca de 800 mil pessoas ficaram presas nos túneis do metrô. Por
aqui, o pior blecaute foi em 17 de setembro de 1985. Uma sobrecarga deixou metade do Brasil sem luz por três horas.
FONTE; Revista Mundo Estranho
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