24/11/2011 - 11h44
Temperatura global pode subir de 3 a 6 graus até fim do século, alerta OCDE
Em Paris
A tendência atual fará com que a temperatura aumente entre 3 e 6 graus
centígrados no final do século sobre os níveis pré-industriais, um
cenário com graves consequências que ainda pode ser evitado com um custo
de ação limitado, segundo anunciou a Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta quinta-feira.
Esta é a principal mensagem de um relatório sobre a mudança climática
divulgado pela OCDE às vésperas da conferência de Durban, que começa na
próxima semana, no qual pede aos governos que se engajem para conseguir
um acordo internacional.
"Os custos econômicos e as consequências ambientais da ausência de ação
política da mudança climática são significativas", advertiu o
secretário-geral do organismo, Ángel Gurría, durante a apresentação do
estudo.
Concretamente, as medidas para modificar sobretudo o panorama
energético que se espera para 2050 e reduzir as emissões de efeito
estufa em 70% custariam 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB), um número
que os autores do relatório relativizaram em entrevista coletiva, ao
ressaltarem que significaria que o crescimento da economia mundial nos
quatro próximos decênios seria de 3,3% ao ano, em vez de 3,5%, um corte
de dois décimos.
O relatório destacou que não alterar as políticas atuais geraria
prejuízos ambientais que afetariam muito mais a economia. O relatório
Stern de 2006 havia antecipado perdas permanentes do consumo por
habitante superiores a 14%.
A OCDE advertiu que sem novas políticas de contenção das emissões de
efeito estufa, as energias fósseis seguirão mantendo seu peso relativo
atual, de 85% do total, o que conduziria a um volume de concentração na
atmosfera de 685 partes de dióxido de carbono (CO2) ou equivalentes por
milhão, muito longe das 450 que os cientistas consideram que permitiriam
limitar o aquecimento climático global a dois graus centígrados.
Para o órgão, um ponto relevante é estabelecer "um preço significativo"
das emissões de CO2 para induzir à mudança tecnológica, mas também a
fixação de metas de diminuição de emissões "claras, críveis e mais
restritivas" com as quais "todos os grandes emissores, setores e países"
precisarão se comprometer.
FONTE: UOL Notícias/Ciência
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