Moscou,
9 nov (EFE).- Um falha impediu nesta quarta-feira que a estação
espacial russa Phobos-Grunt seguisse rumo a Marte e os especialistas têm
apenas três dias para tentar recuperar o aparelho, que ficou em órbita
terrestre, caso contrário poderá cair no solo.
Logo após a falha vir à tona, fontes do setor espacial russo
indicaram que pode ter sido causada por um problema mecânico no sistema
de orientação da estação ou por um defeito em seus sistemas
computacionais.
Horas depois, outra fonte disse em condições de anonimato à agência
"Interfax" que a Phobos-Grunt ficou na órbita terrestre devido ao
funcionamento defeituoso do sistema de comando.
"Os especialistas haviam advertido que o sistema de comando da
estação interplanetária não estava pronto. O risco de fracassar por seu
mau funcionamento era muito alto. Infelizmente, se cumpriram as piores
previsões", ressaltou.
A fonte indicou ainda que a possibilidade de recuperar a estação é mínima, e acrescentou: "Seria um milagre".
Enquanto isso, outro especialista advertiu que a órbita de apoio na
qual a Phobos-Grunt se encontra é bastante baixa, motivo pelo qual não
seria possível reprogramar seu voo e existe o risco de que caia na
Terra.
"Nessa órbita, a estação pode se manter entre cinco e dez dias,
período após o qual como resultado da perda de velocidade entrará nas
camadas densas da atmosfera e cairá na Terra", disse.
O lançamento da Phobos-Grunt deveria marcar o início de uma missão de
34 meses que incluía o voo a Phobos, uma das duas luas de Marte, a
aterrissagem em sua superfície e, finalmente, o retorno à Terra de uma
cápsula de 200 gramas com amostras do solo do satélite marciano.
O projeto, com um custo de 5 bilhões de rublos (cerca de US$ 170
milhões), caso possa ser concluído, permitirá o estudo da matéria
inicial do sistema solar e ajudará a explicar a origem de Phobos e
Deimos, a segunda lua marciana, assim como dos demais satélites naturais
no sistema solar.
A tentativa anterior da Rússia de enviar um aparelho a Marte, em
1996, terminou fracassada depois da queda da sonda, a Mars-96, no oceano
Pacífico sem sequer alcançar a órbita terrestre. EFE
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