09/11/2011
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09h56
Fotos denunciam risco de reciclagem manual de lixo eletrônico
DA BBC BRASIL
O Empa (Laboratório Federal para Ciência e Tecnologia de Materiais da
Suíça) registrou os principais centros de reciclagem informal de lixo
eletrônico em 11 países do mundo, em um esforço para chamar a atenção
sobre os perigos da contaminação causados pelo processo.
Empa/ewasteguide.info | ||
China e Índia estão entre os principais receptores de lixo eletrônico; homem queima placa para remover metais |
O chefe do departamento científico da instituição, Mathias Schluep,
disse à BBC Brasil que os países do oeste da África são os principais
receptores de eletroeletrônicos europeus e norte-americanos de segunda
mão, parte dos quais se transforma rapidamente em lixo.
O transporte do lixo eletrônico, proibido internacionalmente, é feito de
maneira clandestina para países africanos e asiáticos misturado a
carregamentos de eletrônicos de segunda mão importados de países
desenvolvidos.
"Os equipamentos usados são revendidos na África e na Ásia a preços
muito baixos. No entanto, cerca de 30% deles chegam quebrados. Metade
deste total é conserta e revendida e a outra metade é descartada
imediatamente", disse Schluep.
Em Gana, um dos principais receptores de eletrônicos europeus de segunda
mão na África, testes feitos em uma escola próxima a um centro de
reciclagem informal mostraram níveis de chumbo, cádmio e outros
poluentes cerca de 50 vezes acima dos níveis considerados seguros.
Na China e na Índia, os maiores países receptores e recicladores de lixo
eletrônico na Ásia, trabalhadores realizam --manualmente e sem
proteção-- a separação de metais de placas de circuito, que liberam
resíduos tóxicos no solo e nos rios.
A instituição suíça oferece treinamento e apoio a recicladores em
diversos países, em parceria com governos, agências da ONU e empresas de
eletrônicos, como a Microsoft, a Nokia e a Hewlett Packard.
De acordo com Schluep, a reciclagem e a extração de materiais de
televisores, celulares e computadores quebrados é vista como
oportunidade para milhares de comunidades mais pobres, em meio a alertas
sobre a possível escassez de metais essenciais para a construção de
equipamentos eletrônicos.
O Empa estima que, em 100 mil celulares, há cerca de 2,4 kg de ouro,
mais de 900 kg de cobre e 25 kg de prata, que valeriam mais de US$ 250
mil (R$ 430 mil) se fossem completamente recuperados.
O Empra (Laboratório Federal para Ciência e Tecnologia de Materiais da
Suíça) registrou a reciclagem informal de lixo eletrônico em 11 países
do mundo; na imagem, uma área de descarte de eletrônicos em Acra,
capital de Gana, na África
Países recicladores também têm problemas com o armazenamento de
equipamentos elétricos, que frequentemente causam a contaminação do solo
desprotegido; na foto, depósito de lixo eletrônico em Santiago
Taizhou é a capital da província de Jiangsu, que, de acordo com Mathias
Schluep, é o maior centro de reciclagem semi-informal de lixo eletrônico
do mundo; na foto acima, trabalhadores desmontam manualmente as placas
de circuito eletrônico
Os resíduos deixados por processos de recuperação dos metais contaminam
lagos e rios na região; na foto, efluentes do processo de dissolução do
cobre em circuitos eletrônicos escorrem para um rio em TaizhouO país africano é um dos principais receptores de eletrônicos de segunda
mão da Europa e dos EUA, segundo o Empa; acima, recicladores queimam
partes de monitores e equipamentos que não serão utilizadas ao ar livre
em Gana
Em Acra, testes feitos em uma escola próxima a um centro de reciclagem
informal mostraram níveis de chumbo, cádmio e outros poluentes cerca de
50 vezes acima dos níveis considerados seguros
Equipamentos que chegam de países europeus são desmanchados e, algumas
vezes, derretidos em processos manuais, para que se obtenha ouro, cobre,
chumbo e outros metais; na foto, chumbo derretido de baterias de carros
em AcraSegundo o Empa, nos circuitos de 100 mil celulares há cerca de 2,4 kg de
ouro, mais de 900 kg de cobre e 25 quilos de prata; na imagem, crianças
indianas trabalham no desmanche de circuitos
A reciclagem e a recuperação de metais ajudam comunidades mais pobres,
que se organizam em pequenos negócios especializados; acima, mulher
separa os fios de cobre de um circuito eletrônico em Nova Délhi, na
ÍndiaOs países do oeste da África são os principais receptores de
eletroeletrônicos europeus de segunda mão; a exportação dos equipamentos
é, muitas vezes, organizada por pequenos empresários de Gana, Nigéria e
Benin, que vivem na Europa
No Peru (foto), um projeto ajudou a fortalecer pequenas empresas que
reconstroem monitores de TV e outros equipamentos, para a revenda
FONTE: Folha.com/Fotografia-BBC Brasil
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