22/11/2011
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11h24
Estudo revela arte egípcia muito antes da época dos faraós
REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE
EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE
As pirâmides e a Esfinge podem parecer antigas, mas seus milênios de
existência ficam pequenos perto da idade de obras de arte egípcias que
acabam de ser datadas por arqueólogos: 15 mil anos, no mínimo, e talvez
mais.
São gravuras de auroques (Bos primigenius), bois selvagens comuns
em boa parte do Velho Mundo na Idade da Pedra. Uma equipe liderada por
Dirk Huyge, dos Museus Reais de Arte e História de Bruxelas, é a
responsável por achar os desenhos em Qurta, no sul do Egito.
Editoria de arte/Folhapress |
Coincidência ou não, é o mesmo período em que europeus da Idade da Pedra
estavam produzindo pinturas e gravuras rupestres requintadas, em
cavernas como a de Altamira, na Espanha, e a de Lascaux, na França.
Huyge e seus colegas relatam a descoberta na última edição da revista
científica "Antiquity", especializada em arqueologia. É o primeiro
registro confirmado de arte egípcia da Era do Gelo.
Por causa do estilo e dos temas das gravuras em pedra, os pesquisadores
já desconfiavam que as imagens datavam da Idade da Pedra.
Para confirmar isso com precisão, usaram duas técnicas diferentes, com a
ajuda de geólogos da Universidade de Ghent, também na Bélgica.
O que acontece é que sedimentos carregados pelo vento foram se
acumulando em cima das gravuras, feitas numa escarpa de arenito perto do
rio Nilo.
Uma das técnicas consegue dizer quando foi a última vez que os grãos de
sedimento foram expostos à luz solar, o que dá uma idade mínima para a
gravura, pois o sedimento foi parar lá depois de os desenhos serem
feitos.
Além disso, havia restos orgânicos nesses sedimentos (coisas como
ossinhos de camundongos e aves), os quais também puderam ser datados
pelo método do carbono-14, um "relógio" radioativo que funciona
justamente com matéria orgânica.
Foi daí que veio a data mínima de 15 mil anos, embora o acúmulo de sedimentos possa ter começado antes, dizem os especialistas.
Huyge e companhia levantam a possibilidade de contato cultural indireto
entre os egípcios e os europeus da Era do Gelo, por causa da semelhança
de temas e estilos entre a arte dos dois lugares.
Se a ideia estiver correta, o Mediterrâneo da Idade da Pedra já estava
interligado. Como o nível do mar na época era 100 metros mais baixo,
seria mais fácil viajar por terra ou por barco.
FONTE: Folha.com/Ciência
Divulgação | ||
Membro da equipe de escavação ao lado das gravuras egípcias que foram encontradas em Qurta |
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