11/08/2011
-
15h51
Expedição científica vai rastrear acidificação no oceano Ártico
DA REUTERS
Cientistas do Serviço Geológico dos Estados Unidos vão embarcar na
semana que vem em uma expedição para monitorar as tendências de
acidificação no oceano Ártico relacionadas com emissões de carbono,
informou a instituição.
Os pesquisadores do Serviço Geológico vão passar sete semanas em um
navio quebrador de gelo da Guarda Costeira para chegar o mais próximo
possível do polo Norte com a finalidade de obter amostras e testar
indicadores químicos de acidificação.
As emissões de carbono vêm sendo responsabilizadas pela alteração da
química dos oceanos, por deixá-los mais ácidos, o que torna mais difícil
a sobrevivência e proliferação de peixes e outras espécies marinhas.
Segundo afirmou em entrevista a oceanógrafa Lisa Robbins, do Serviço
Geológico e uma das integrantes da expedição, o oceano Ártico é
considerado especialmente vulnerável à acidificação por causa das
temperaturas frias e o já baixo nível de saturação com cálcio.
A pesquisa é parte de uma expedição conjunta EUA-Canadá iniciada no ano
passado para estudar áreas pouco conhecidas do Ártico. Robbins disse que
ainda há poucos dados recolhidos sobre acidificação desse oceano, se
comparado com águas marinhas em zonas tropicais e temperadas.
A acidificação oceânica é um processo pelo qual as águas absorvem
dióxido de carbono da atmosfera, provocando alterações químicas no
equilíbrio ácido-alcalino, ou nível de PH, o que deixa o oceano mais
ácido.
Como os oceanos atualmente absorvem mais de um quarto dos gases do
efeito estufa presentes na atmosfera, aumenta cada vez mais a
preocupação com a acidificação e seus efeitos na vida marinha, explicou
Robbins.
"Pode haver redução da formação do casco em alguns organismos. A
acidificação poderia obstruir o crescimento de várias formas de vida
marinha, do plâncton para cima", disse ela. Afetaria toda a cadeia
alimentar."
De acordo com o Serviço Geológico, a expedição terá sete dias de duração
e será coordenada pela Guarda Costeira dos dois países. Deve começar na
segunda-feira (15) em Barrow, a cidade que fica no ponto mais ao norte
nos Estados Unidos.
FONTE: Folha.com/Ambiente
Nenhum comentário:
Postar um comentário