05/08/2011
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14h54
Japoneses criam esperma a partir de células-tronco embrionárias
DA REUTERS
Um novo grupo de pesquisadores japoneses usou células-tronco
embrionárias de camundongos para produzir espermas saudáveis desses
animais em condições de laboratório. A iniciativa poderia ajudar no
tratamento da infertilidade humana.
A descoberta, divulgada na publicação científica "Cell", marca um novo passo no uso de células-tronco na medicina regenerativa.
As células-tronco são as células-mãe do corpo e fonte de todas as
células e tecidos. Como podem se transformar em diferentes tipos de
células, e se multiplicar, os especialistas esperam poder aproveitá-las
para tratar doenças e disfunções, incluindo câncer e diabetes.
Cientistas da Universidade de Kyoto removeram células-tronco de embriões
de camundongos e conseguiram conduzi-las para um tipo de célula
precursora conhecida por crescer tanto em óvulos como em espermas dos
animais.
Depois testaram essas células em camundongos machos inférteis, que aparentemente produziram espermas saudáveis.
Os espermas foram removidos diretamente dos testes e fertilizados com
óvulos (em recipientes de laboratório), disse o líder do estudo,
Mitinori Saitou, professor da Universidade de Kyoto.
"Depois da inseminação, fizemos dois conjuntos de embriões que foram
transferidos para os úteros de fêmeas adotivas e que resultaram em
camundongos saudáveis [que depois se reproduziram normalmente]."
CRIAÇÃO HUMANA
O experimento mostrou aos cientistas como é possível preparar células
precursoras para eventualmente se transformarem em espermas ou óvulo.
"Temos um material enorme para trabalhar agora (...) nós podemos
acelerar nosso estudo na direção da causa da infertilidade humana",
afirmou Saitou à Reuters por telefone.
A equipe de Saitou acredita que possa ser viável usar células-tronco de humanos adultos para produzir espermas humano.
"Possivelmente poderemos usar este conhecimento para induzir células
germinativas primordiais de humanos [células que se transformam em
óvulos ou espermas]", disse ele.
Segundo Saitou, será necessário realizar mais estudos por causa do abismo entre pesquisas com animais e humanos.
FONTE: Folha.com/Ciência
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