08/08/2011
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14h26
Tempestades em SP e no RJ vão até triplicar nos próximos 60 anos
CIRILO JUNIOR
DO RIO
DO RIO
A ocorrência de tempestades em São Paulo e no Rio de Janeiro não vai
parar de crescer. A constatação é de um estudo do Inpe (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais), em parceria com o MIT (Massachusetts
Institute of Technology) e o IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço),
que mostra que o aumento da temperatura das águas do oceano Atlântico
devido ao aumento do aquecimento global é a causa direta dessa previsão.
O levantamento concluiu que as tempestades na região Sudeste serão duas
vezes maiores dentro de 60 anos, se comparado ao volume atual. Nas
regiões litorâneas, a ocorrência de fortes chuvas será três vezes mais
intensa.
A previsão leva em conta o ritmo de aquecimento do oceano Atlântico nos
últimos 60 anos. As águas ficaram 0,6ºC mais quentes. No mesmo período, a
temperatura do planeta subiu 0,8ºC. Com a perspectiva que esse ritmo
seja mantido, podemos esperar cada vez mais chuvas daqui para frente.
"A coisa vai piorar, do ponto de vista climático. As chuvas vão
aumentar, isso é fato. Reverter isso é diminuir a emissão dos gases do
efeito estufa. No curto prazo, é uma tarefa improvável. O que resta é
nos prepararmos para minimizar os efeitos", afirmou o coordenador do
Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica) do Inpe, Osmar Pinto Junior,
Além do aumento da temperatura nos oceanos, a urbanização e os efeitos
do feito estufa intensificam o problema nas grandes cidades. São Paulo é
um exemplo clario disso. Enquanto a temperatura média em regiões
tropicais cresceu 0,6ºC, a capital paulista ficou, em média, 2ºC mais
quente nos últimos 60 anos.
Para tentar prevenir o aumento das chuvas, o Inpe começou a instalar um
novo sistema de medição de raios, que vai permitir identificar e prever
tempestades severas. Batizado de BrasilDAT, ele vai permitir que sejam
identificada a incidência de raios que ocorrem apenas no céu.
Atualmente, só são identificados as descargas que atingem o solo.
A nova rede terá investimentos de R$ 10 milhões, e contará com 75 novos
sensores que cobrirão todo o Brasil. As regiões Sudeste, Sul e
Centro-Oeste terão o sistema implementado até o fim do ano. No ano que
vem, a BrasilDAT estará em todo o país.
"As descargas permitem retratar a intensidade de uma tempestade. O
sistema vai permitir que se tenha essa informação com cerca de meia hora
de antecedência", observou Pinto Junior.
Ele, no entanto, reconheceu que ainda é preciso melhorar o sistema de
comunicação entre diversos órgão e entidades, para se prevenir de
catástrofes.
"Ainda precisamos de um sistema de emergência adequado", completou.
FONTE: Folha.com/Ciência
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