02/08/2011
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09h44
Sonda da Nasa revela imagem completa do asteroide Vesta
DA REUTERS
As primeiras fotos tiradas de perto do asteroide Vesta,
que remonta aos primórdios do Sistema Solar, revelaram um terreno
surpreendentemente diversificado e várias características geológicas
inexplicáveis, disseram cientistas da Nasa na segunda-feira.
As imagens foram feitas pela sonda robótica Dawn, que iniciou há duas
semanas uma observação de um ano de Vesta, segundo maior objeto no
cinturão de asteroides que fica entre Marte e Júpiter.
"Essas fotos já foram uma grande revelação para a equipe sobre como é a
superfície (de Vesta). Não imaginávamos os detalhes que estamos vendo",
comentou o cientista-chefe da Dawn, Chris Russell, a jornalistas.
Com uma área equivalente ao dobro da Califórnia, o asteroide é
notavelmente diversificado, com canais na sua zona equatorial, pontos
luminosos, poços escuros e crateras repletas de inexplicáveis listras
brancas e pretas.
Nasa/JPL/Associated Press | ||
Com tamanho equivalente ao dobro da Califórnia, a superfície do asteroide é notavelmente diversificado |
Os cientistas acreditam que o Vesta surgiu a partir de um amontoado de
gases e poeira que restaram depois da formação do Sol, há cerca de 4,65
bilhões de anos. Ele teria aparecido apenas cerca de 5 milhões de anos
depois da explosão do Sol, o que dotaria o asteroide de materiais
radiativos.
O calor adicional teria feito o Vesta derreter, formando afinal um
núcleo de ferro e uma crosta externa de lava. Isso pode explicar as
muitas características diferentes reveladas nas primeiras fotos.
"Nunca vi nada assim", disse Russell, que trabalha na Universidade da
Califórnia em Los Angeles. "É realmente um mundinho bonito e excitante
lá no meio do cinturão de asteroides. Não é um corpo uniforme. Coisas
diferentes estavam acontecendo em regiões diferentes da superfície. Isso
indica para mim que o interior estava muito ativo. Vamos aprender muito
com esse corpo."
A sonda Dawn vai passar cerca de um ano em torno do Vesta, entrando e
saindo de órbita graças a um inovador sistema de propulsão de íons.
Marc Rayman, engenheiro-chefe do Jet (Laboratório de Propulsão a Jato da
Nasa, na Califórnia), disse que ouviu falar dessa tecnologia pela
primeira vez num episódio de "Jornada nas Estrelas."
Em vez de usarem foguetes impulsionados por reações químicas, os motores
da Dawn trabalham com a ejeção de íons eletricamente carregados do gás
xenônio num campo elétrico, o que acelera as partículas a até 142,4 mil
quilômetros por hora. A força do gás expelido faz a sonda se mover na
direção contrária.
Esse movimento, com pressão semelhante ao peso de uma folha de papel
sobre a palma da mão, seria inútil na Terra. Mas, no espaço, sem atrito
nem gravidade, o impulso vai se acumulando.
O sistema de propulsão de íons permitirá que a Dawn deixe a órbita do
Vesta após um ano de estudo, rumando para o seu segundo destino, o
planeta-anão Ceres, maior objeto no cinturão de asteroides.
FONTE: Folha.com/Ciência
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