quarta-feira, 24 de agosto de 2011

REBELDES LÍBIOS OFERECEM U$1,6 MILHÃO DE DÓLARES DE RECOMPENSA POR CAPTURA DE MUAMMAR KADHAFI ( Mundo )

24/08/2011 - 10h49

Rebeldes oferecem recompensa por Gaddafi; confrontos seguem em Trípoli


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Onda de RevoltasAtualizado às 11h07.
O Conselho Nacional de Transição, órgão político dos rebeldes oposicionistas na Líbia, oferece uma recompensa de US$ 1,6 milhão (R$ 2,5 milhões) e anistia para qualquer um que capturar o ditador Muammar Gaddafi. Vivo ou morto.
Os rebeldes conquistaram na véspera uma importante vitória ao invadir o complexo militar de Bab al-Aziziya, onde fica a residência do ditador. Mas os confrontos continuam nesta quarta-feira ao redor do complexo, no aeroporto de Trípoli e no bairro de Abu Salim e a liderança rebelde sabe que a vitória final só virá com a captura de Gaddafi e seus filhos.

Sergey Ponomarev/Associated Press
Rebeldes fortemente armados andam de carro dentro do complexo de Bab al-Aziziya, que não foi totalmente controlado
Rebeldes fortemente armados andam de carro dentro do complexo de Bab al-Aziziya, que não foi totalmente controlado
Além do dinheiro, os rebeldes estão dispostos a oferecer anistia total a qualquer um do círculo próximo a Gaddafi que esteja disposto a entregar o ditador.
Em um paradeiro desconhecido, Gaddafi afirmou em mensagem de áudio divulgada na terça-feira que deixou o quartel-general na capital do país por "razões táticas" e minimizou a importância do local.
"Bab el-Aziziya não era nada além que um monte de escombros após ter sido bombardeado por 64 mísseis da Otan [desde o início do conflito] e nos retiramos por razões táticas", declarou Gaddafi, que não faz qualquer referência ao local para onde se retirou.
Ele afirmou também que ainda resiste e proclamou "morte ou vitória" para os rebeldes.
Nesta quarta-feira, Gaddafi divulgou nova mensagem de áudio e convocou os habitantes a "limpar" a capital dos rebeldes. "[Convoco] as tribos, os jovens, os idosos a sair às ruas e limpar Trípoli dos ratos".
Ele disse ainda que passeou de maneira incógnita por Trípoli e que não sentiu que a cidade estava em perigo.
CONFRONTOS
Nesta quarta-feira, o cenário na maioria das ruas é desértico. As vias estão cobertas de destroços e outros sinais do confronto e com pontos de checagem armados pelos rebeldes distanciados por algumas centenas de metros.
Mas os confrontos ainda acontecem em algumas partes da cidade. Atiradores de elite leais a Gaddafi se posicionaram na estrada que leva ao aeroporto de Trípoli e atiraram contra os motoristas.
Os rebeldes alegam ter controlado o aeroporto desde segunda-feira, mas, segundo a agência de notícias Associated Press, a estrada para o local foi fechada diante do intenso ataque das forças do regime.
Khalil Mabrouk, um rebelde de 37 anos, disse que o aeroporto e a área no entorno estão livres de tropas de Gaddafi.
Ele afirmou, contudo, que as forças de Gaddafi localizadas ao sul do aeroporto lançam ataques com morteiros e foguetes contra os rebeldes no local.
Os confrontos continuam também no complexo de Bab el-Aziziya. As forças do ditador lançaram repetidos ataques com morteiros e rifles de assalto contra os rebeldes.
Cerca de 20 rebeldes usam uma das paredes do complexo militar para tentar atacar os atiradores, escondidos no alto dos prédios vizinhos.
"Há também civis nestes prédios que apoiam Gaddafi e eles também estão atirando em nós", disse Mohammed Amin, um dos rebeldes.

Sergey Ponomarev/Associated Press
Rebelde ergue bandeira da causa rebelde dentro do complexo onde fica a residência de Muammar Gaddafi
Rebelde ergue bandeira da causa rebelde dentro do complexo onde fica a residência de Muammar Gaddafi
Segundo a agência de notícias Associated Press, os rebeldes não conseguiram tomar todo o complexo e algumas partes permanecem sob controle das forças do regime. De qualquer forma, os rebeldes estão usando o complexo como sede de suas operações na cidade, além de armazém para as armas e veículos.
A agência de notícias Associated Press registra ainda intensos confrontos no bairro de Abu Salim, perto do complexo e sede de uma notória prisão.
Amin disse que os rebeldes não conseguiram entrar em Abu Salim, mas que já cercaram o bairro, considerado um dos bastiões do regime na capital.
Ele disse que um rebelde foi morto quando tomava posição na manhã desta quarta-feira e outros quatro foram sequestrados quando faziam uma patrulha na cidade. 

FONTE: Folha.com/Mundo

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