13/05/2011
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11h27
Consumo de recursos naturais pode triplicar até 2050, diz ONU
DA EFE
O consumo mundial de recursos naturais, como minérios e combustíveis
fósseis, pode triplicar até 2050 e causar um catastrófico impacto sobre o
ambiente, alerta um relatório divulgado pela ONU, que pede aos países
que ajam com rapidez para evitá-lo.
O documento, apresentado pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente) em Nova York, analisa o consumo atual dos recursos do
planeta e estuda as medidas realizadas pelo mundo para reduzir a relação
entre esse consumo e o crescimento econômico.
A humanidade poderia consumir até 2050 "cerca de 140 mil toneladas de
minérios, combustíveis fósseis e biomassa por ano, um número que
triplica o atual, a não ser que a taxa de crescimento econômico se
dissocie da do consumo de recursos naturais", indica o relatório.
"A humanidade pode e deve fazer mais com menos", ressalta o estudo do
Pnuma, que explica que atualmente os habitantes dos países desenvolvidos
consomem, em média, 16 toneladas per capita por ano desses recursos
essenciais, enquanto um cidadão da Índia consome quatro toneladas por
ano.
Diante desses números, "tanto com o crescimento da população mundial
como da prosperidade, especialmente nos países em vias de
desenvolvimento, a perspectiva de níveis muito maiores aos atuais supera
em muito o que é sustentável", assinalam os autores do texto.
"Chegou o momento de reconhecer os limites dos recursos naturais
disponíveis para apoiar o desenvolvimento humano e o crescimento
econômico", sustenta o texto, que acrescenta que "o mundo já está
ficando sem recursos acessíveis e de alta qualidade de materiais tão
essenciais como petróleo, cobre e ouro".
SOLUÇÃO
A solução está na chamada "dissociação do uso dos recursos naturais e o
impacto ambiental do crescimento econômico", ressaltou o
diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner, na quinta-feira, ao
apresentar o relatório na sede das Nações Unidas.
"Essa dissociação faz sentido em todos os âmbitos: econômico, social e
ambiental", acrescentou Steiner, para quem esse processo é "parte da
transição rumo a uma economia verde, baixa em emissões de carbono e
eficiente respeito aos recursos".
Ele explicou que se trata de buscar uma economia que "gere empregos
decentes e erradique a pobreza de um modo que mantenha a pegada do homem
dentro das capacidades planetárias", para o que são necessárias
"mudanças significativas nas políticas públicas, o comportamento
empresarial e os padrões de consumo".
"Será necessário mais inovação, inclusive uma inovação radical", indicam
os autores do relatório, que encoraja os países em vias de
desenvolvimento a "mudar sua ideia do que significa o desenvolvimento em
um mundo de poucos recursos" e destaca certos avanços obtidos em países
como Alemanha, Japão e China, além da África do Sul.
Para conseguir o impulso da economia verde, os responsáveis do texto
advertem que é "urgente reconsiderar os vínculos entre o uso de recursos
e da prosperidade econômica, baseada em um investimento em massa em
inovação tecnológica, financeira e social".
"Deve-se pelo menos congelar o consumo per capita nos países ricos e
ajudar as nações em vias de desenvolvimento a seguirem um caminho mais
sustentável", destaca o documento. "Nos lugares mais densamente
povoados, diminui o consumo per capita de recursos em contraposição a
áreas pouco povoadas", acrescenta.
FONTE: Folha.com/Ambiente
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