sábado, 21 de maio de 2011

RAINHAS DO ANTIGO EGITO ( Nefertiti )



Nefertiti










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Nefertiti
Rainha do Nilo
Nefertiti 30-01-2006.jpg
Busto de Nefertiti.
Nascimento1370 a.C.
Morte1330 a.C.
DinastiaXVIII dinastia egípcia





Nefertiti (c. 1380 - 1345 a.C.) foi uma rainha da XVIII dinastia do Antigo Egipto, esposa principal do faraó Amen-hotep IV, mais conhecido como Akhenaton.












Índice


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[editar] Raízes familiares






As origens familiares de Nefertiti são pouco claras. O seu nome
significa "a mais Bela chegou", o que levou muitos investigadores a
considerarem que Nefertiti teria uma origem estrangeira, tendo sido
identificada por alguns autores como Tadukhipa, uma princesa do Império Mitanni (império que existiu no que é hoje a região oriental da Turquia), filha do rei Tushratta. Sabe-se que durante o reinado de Amen-hotep III chegaram ao Egito cerca de trezentas mulheres de Mitanni para integrar o harém
do rei, num gesto de amizade daquele império para com o Egito;
Nefertiti pode ter sido uma dessas mulheres, que adotou um nome egípcio e
os costumes do país.





Contudo, nos últimos tempos tem vingado a hipótese de Nefertiti ser egípcia, filha de Ay, alto funcionário egípcio responsável pelo corpo de carros de guerra que chegaria a ser faraó após a morte de Tutankhamon. Aye era irmão da rainha Tié,
esposa principal do rei Amen-hotep III, o pai de Akhenaton; esta
hipótese faria do marido de Nefertiti o seu primo. Sabe-se que a família
de Aye era oriunda de Akhmin e que este tinha tido uma esposa que
faleceu (provavelmente a mãe de Nefertiti durante o parto), tendo casado
com a dama Tié.





De igual forma o nome Nefertiti, embora não fosse comum no Egito, tinha um alusão teológica relacionada com a deusa Hathor,
sendo aplicado à esposa real durante a celebração da festa Sed do rei
(uma festa celebrada quando este completava trinta anos de reinado).






[editar] Casamento com Amen-hotep














Akhenaton e Nefertiti







Não se sabe que idade teria Nefertiti quando casou com Amen-hotep (o futuro Akhenaton). A idade média de casamento para as mulheres no Antigo Egipto
eram os treze anos e para os homens os dezoito. É provável que tenha
casado com Amen-hotep pouco tempo antes deste se tornar rei.





O seu marido não estava destinado a ser rei. Devido à morte do
herdeiro, o filho mais velho de Amen-hotep III, Tutmés, Amen-hotep
ocupou o lugar destinado ao irmão. Alguns autores defendem uma
co-regência entre Amen-hotep III e Amen-hotep IV, mas a questão está
longe de ser pacífica no meio egiptológico.
A prática das co-regência era uma forma do rei preparar uma sucessão
sem problemas, associando um filho ao poder alguns anos da sua morte.





Nos primeiros anos do reinado de Amen-hotep começaram a preparar-se
as mudanças religiosas que culminariam na doutrina chamada de "atonismo"
(dado ao facto do deus Aton ocupar nela uma posição central). Amen-hotep ordenou a construção de quatro templos dedicados a Aton junto ao templo de Amon em Karnak,
o que seria talvez uma tentativa por parte do faraó de fundir os cultos
dos dois deuses. Num desses templos, de nome Hutbenben (Casa da pedra
Benben), Nefertiti aparece representada como a única oficiante do culto,
acompanhada de uma filha, Meketaton. Esta cena pode ser datada do
quarto ano do reinado, o que é revelador da importância religiosa
desempenhada pela rainha desde o início do reinado do seu esposo.





No ano quinto do reinado, Amen-hotep IV decidiu mudar o seu nome para
Akhenaton, tendo Nefertiti colocado diante do seu nome de nascimento o
nome Nefernefernuaton, "perfeita é a perfeição de Aton". Nefertiti
passou a partir de então a ser representada com a coroa azul, em vez do
toucado constituído por duas plumas e um disco solar, habitual nas
rainhas egípcias.





Durante algum tempo defendeu-se que Akhenaton teria introduzido pela primeira vez na história do mundo o conceito do monoteísmo,
impondo às classes sacerdotais e populares o conceito de um só deus, o
deus do sol, onde o disco solar representava o deus sol que regia sobre
tudo na face da terra. Hoje em dia porém considera-se que seria um henoteísmo
exacerbado. Os muitos templos que celebravam os deuses tradicionais do
Egito foram todos rededicados pelo rei ao novo deus por ele imposto.
Especula-se que esta pequena revolução, entre outros possíveis
objetivos, possa ter servido para consolidar e engrandecer ainda mais o
poder e importância do faraó. Após o reinado de Akhenaton, o Egito
antigo voltaria às suas práticas religiosas politeístas.






[editar] Nefertiti em Akhetaton






Akhenaton decidiu, igualmente a construção de uma nova capital para o
Egito dedicada a Aton, que recebeu o nome de Akhetaton ("O Horizonte de
Aton"). A cidade situava-se a meio caminho entre Tebas e Mênfis, sendo o
lugar onde se encontram hoje as suas ruínas conhecido como Amarna. A cidade foi inaugurada no oitavo reinado de Akhenaton. Demorando apenas 3 anos para ficar pronta!





Um talatat (bloco de pedra) de Hermópolis (perto de Amarna)
mostra a rainha Nefertiti a destruir o inimigo do Egipto, personificado
por mulheres prisioneiras, numa cena que até então tinha sido reservada
aos reis desde os tempos da Paleta de Narmer.






[editar] Vida familiar














Estela que representa a família real. Museu Egípcio do Cairo.







Nefertiti teve seis filhas com Akhenaton: Meritaton, Meketaton, Ankhesenpaaton, Neferneferuaton, Neferneferuré e Setepenré.
Pensa-se que as três primeiras filhas nasceram em Tebas antes do sexto
ano de reinado e as três últimas em Akhetaton entre o sexto e o nono ano
de reinado.





A segunda filha do casal, Meketaton, faleceu pouco antes do décimo
segundo ano de reinado, como mostra uma cena que representa Akhenaton e
Nefertiti a chorar diante do leito de morte da filha, essa filha teria
morrido afogada. Durante o reinado de Akhenaton espalhou-se por todo
Egypto uma peste, além de um surto de malária, conhecido na época como
"doença mágica" que matou 3 filhas do casal, além de quase ceifar a vida
de Tuthankamon.





A família real é representada em várias estelas em cena de intimidade
familiar, com Nefertiti a amamentar uma filha ou com o casal a brincar
com estas enquanto recebe os raios de Aton, que terminam em mãos com o
símbolo do ankh. Trata-se de representações até então não presentes na arte egípcia.













Duas filhas de Nefertiti. Fragmento de uma pintura mural de Amarna c. 1360 a.C.Ashmolean Museum







Um aspecto que gera alguma perplexidade nestas representações são os
crânios alongados dos membros da família real. Akhenaton, por exemplo,
surge em estátuas e relevos
como um homem muito diferente da norma e representado fora dos padrões
rígidos da cultura milenar da época, exibindo femininos e andróginos,
com uma cintura fina, porém com quadris largos e coxas decididamente
femininas. Além disso, em várias obras os seus seios são aparentes. A
sua face também aparece alongada e com lábios carnudos, femininos e
sensuais. Para alguns estas características indicariam que a família
sofreria de síndrome de Marfan,
enquanto que outros consideram tratar-se de uma mera tendência estética
exagerada, que visava criar novos padrões estéticos à semelhança do que
tinha acontecido no campo da religião, segundo historiadores, Akhenaton
queria mostrar nessas esculturas que somos muito mais que imagens, e
pedia para ser retratado dessas formas para escandalizar os co-cidadãos,
e também pelo fato de querer mostrar que ele era o "Grande esposo real"
de Nefertiti, que assumiu a direção do Egypto como co-regente, deixando
Akhenaton livre para ser o sumo sacerdote de Aton, as únicas imagens
reais de Akhenaton e Nefertiti foram esculpidas em suas tumbas
mortuárias, onde mostram claramente que Nefertiti era a mulher mais bela
da época e Akhenaton não tinha os traços dos egípcios conhecidos.





Com Kia, uma esposa secundária, Akhenaton teve dois filhos, Nebnefer,
que morreu durante o surto de peste e Tutankhaton que depois que voltou
á Tebas foi obrigado a mudar seu nome para Tuthankamon, pois depois da
morte de Akhenaton, o Deus Aton, foi proscrito por alguns anos.Kia teria
morrido no parto de Tutankhamon, e a mesma serviu apenas para dar a
Akhenaton dois filhos homens para continuar o reinado, visto que
Nefertiti não conseguia gerar filhos varões.






[editar] O desaparecimento da rainha














Busto inacabado de Nefertiti







Nefertiti acompanhou o seu marido lado a lado em seu reinado porém, a
certa altura, no ano 12 do reinado de Amen-hotep ela esvanece e não é
mais mencionada em qualquer obra comemorativa ou inscrições e parece ter
sumido sem deixar quaisquer pistas.





Este desaparecimento foi interpretado inicialmente como uma queda da
rainha, que teria deixado de ser a principal amada do faraó, preterida a
favor de Kiya. Objectos da rainha encontrados num palácio situado no
bairro norte de Amarna sustentam a visão de um afastamento. Hoje em dia
considera-se que o mais provável foi o contrário: Kiya foi talvez
afastada por uma Nefertiti ciumenta.





Uma hipótese que procura explicar o silêncio das fontes considera que
Nefertiti mudou novamente de nome para Ankhetkheperuré
Nefernefernuaton. Esta mudança estaria relacionada com a sua ascensão ao
estatuto de co-regente. Ainda segundo a mesma hipótese quando Akhenaton
faleceu Nefertiti mudou novamente de nome para Ankhetkheperuré
Semenkharé e governou como faraó durante cerca de dois anos. Há ainda
outra hipótese, como os sacerdotes de Amon não aceitavam o Deus Aton
como único do Egipto, eles teriam mandado assassinar Nefertiti pois a
consideravam o braço direito de Akhenaton, sua morte teria
desestabilizado o faraó que tinha em sua figura o apoio indiscutível
para o Projeto do "Deus Único" representado por Aton, cerca de dois anos
depois, Akhenaton veio a falecer de forma misteriosa, assim, sua filha
primogênita com Nefertiti - Meritaton, foi elevada ao estatuto de
"grande esposa real". O seu reinado foi curto, pois segundo
historiadores, ela, seu marido e outros habitantes de Amarna na época
foram assassinados e proscritos. Restando de sangue real apenas,
Tuthankamon então com 9 anos e sua outra irmã Ankhesenamon com 11 anos.





Porém, muitos especialistas acreditam que esta pessoa foi um filho de Akhenaton. Já outros egiptólogos, como o professor David O'Oconnor da Universidade de Nova York (New York University), especulam: Poderia se tratar de amor entre iguais, entre dois homens, dadas as características singulares de Akhenaton?






[editar] O busto de Nefertiti














Busto de Nefertiti







A 6 de Dezembro de 1912 foi encontrado em Amarna o famoso busto
da rainha Nefertiti, por vezes também designado como o "busto de
Berlim" em função de se encontrar na capital alemã. A descoberta foi da
responsabilidade de uma equipe arqueológica da Sociedade Oriental Alemã (Deutsche Orient Gesellchaft) liderada por Ludwig Borchardt (1863-1938). A peça foi encontrada na zona residencial do bairro sul da cidade, na casa e oficina do escultor Tutmés.





O busto de Nefertiti mede 50 cm de altura, tratando-se de uma obra
inacabada. A prova encontra-se no olho esquerdo da escultura, que não
tem a córnea
inscrustrada; Ludwig Borchardt julgou que esta se teria desprendido
quando encontrou o busto, mas estudos posteriores revelaram que esta
nunca foi colocada para não causar inveja as deusas.





Segundo o costume da época os achados de uma escavação eram
partilhados entre o Egito e os detentores da licença de escavação. O
busto de Nefertiti acabaria por ser enviado para a Alemanha, onde foi
entregue a James Simon, uma dos patrocinadores da expedição. Contudo, a
forma como saiu do Egipto é pouco clara e alvo de disputas. Atualmente o
Egito alega que Borchardt escondeu a peça, versão contraposta à que
alega que os responsáveis pelas antiguidades egípcias não deram
importantância ao busto, deixando-o partir. Em 1920 a obra foi doada ao Museu Egípcio de Berlim, onde passou a ser exibida a partir de 1923, tornando-se uma das atrações da instituição.





Até então, as representações conhecidas da rainha, mostravam-na com
um crânio alongado, sendo a rainha vista como uma mulher que
provavelmente sofria de tuberculose.
O busto revelou-se determinante na alteração da percepção da rainha,
que muitas mulheres dos anos 30 procurariam imitar em bailes de
máscaras.





Durante a Segunda Guerra Mundial a Alemanha retirou as peças dos museus de Berlim para colocá-las em abrigos. O busto de Nefertiti foi guardado num abrigo na Turíngia, onde permaneceu até ao fim da guerra até que o exército americano o levou para Wiesbaden. Em 1956 o busto regressou a Berlim Ocidental.






[editar] A alegada múmia de Nefertiti






Em Junho de 2003 a egiptóloga Joanne Fletcher da Universidade de York anunciou que ela e a sua equipe teriam identificado uma múmia como sendo a rainha Nefertiti.





Em 1898 o egiptólogo Victor Loret descobriu o túmulo do rei Amen-hotep II no Vale dos Reis.
Como foi o trigésimo quinto túmulo a ser encontrado, este recebeu a
designação de "KV35" na moderna egiptologia (King Valley´s 35). Para
além da múmia deste rei, encontraram-se onze múmias numa câmara selada
do túmulo. Três destas múmias foram deixadas no local, devido ao seu
elevado estado de deterioração, tendo as restantes sido levadas para o Museu Egípcio. Duas múmias eram de mulheres e a terceira de um rapaz.





Uma peruca
encontrada neste túmulo junto a uma das múmias chamou a atenção de
Joanne Fletcher que a identificou com as perucas de estilo núbio
utilizadas no tempo de Akhenaton. Para Fletcher, especialista em
cabelos, esta peruca foi usada por Nefertiti. Para além disso, o lóbulo
da orelha
estava furado em dois pontos (uma marca da realeza), com impressões de
uma tiara no crânio. A múmia não tinha cabelo o que corresponderia à
necessidade de Nefertiti manter o cabelo raspado para poder utilizar a
coroa azul e também para proteger-se contra piolhos e o calor do Egito
na época retratada.





Contudo, a arcada dentária da múmia estava identificada como sendo de
uma mulher de vinte e cinco anos, o que torna pouco provável tratar-se
de Nefertiti. Mas, logo depois se reparou outro detalhe interessante, os
ossos da múmia estavam juntos e sólidos, o que só pode significar que a
múmia tinha entre trinta e trinta e cinco anos, o que de novo levanta a
possibilidade desta ser a múmia de Nefertiti.





A misteriosa múmia foi teoricamente golpeada na boca destruindo boa
parte de seu rosto. Os ferimentos mostravam que tal golpe foi realizado
depois da mumificação, quando possíveis homens teriam entrado na tumba,
mas não há uma pista do porque. A explicação para o golpe foi que, na
tentativa de apagar Akhenaton da história egípcia, teriam golpeado a
rainha na boca, impedindo que seu ka entrasse no pós-vida, como uma
vingança.Todas as jóias que a ligavam com a realeza foram roubadas. Mas
ainda assim através do raio-X foi possível identificar os famosos 'pinos
de Nefer' usados pela rainha Neferititi e também usados na mumificação
de membros da família real. O cérebro da múmia também foi preservado,
uma característica da décima oitava dinastia(a dinastia em qual
Akhenaton governou).





Baseados nos estudos da Dra. Joanne Fletcher, era bastante provável
que a múmia fosse de Nefertiti. Com isso, ela conseguiu permissão do
governo egípcio para performar um exame de DNA. Infelizmente, o exame
mostrou que a múmia não era de Nefertiti, mas sim da irmã dela. As
buscas pela múmia de Nefertiti continuam.





FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre

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