17/05/2011
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08h54
Estudante paraplégico "anda" em formatura usando exoesqueleto
DA BBC BRASIL
Um estudante paraplégico americano conseguiu andar em sua formatura com a
ajuda de um exoesqueleto desenvolvido por pesquisadores da Universidade
de Berkeley, onde ele estudou.
Diante de uma plateia de 15 mil pessoas, Austin Whitney usou um controle
em um andador para acionar o exoesqueleto amarrado às suas pernas e dar
os tão esperados sete passos para receber o diploma em Ciência Política
e História.
BBC | ||
Estudante americano paraplégico consegue "andar" em formatura usando um exoesqueleto |
"Foi realmente além dos meus sonhos mais incríveis", disse Whitney.
"No segundo em que eu apertei o botão e me levantei, eu fui inundado por uma série de emoções."
Ele descreveu como os altos e baixos de sua vida passaram por sua mente
enquanto ele andava, desde o momento em que ele ficou paraplégico quatro
anos atrás em um acidente de carro até o dia em que ele descobriu que
havia sido aceito pela Universidade de Berkeley.
"Foi realmente impressionante", disse ele.
O exoesqueleto que ajudou Whitney a andar depois de anos foi
desenvolvido por uma equipe de alunos de pós-graduação liderada pelo
professor de engenharia mecânica Homayoon Kazerooni.
Austin Whitney trabalhou com a equipe durante meses, testando a
estrutura robótica e dizendo o que funcionava e o que precisava de
ajustes. Em homenagem a ele, o exoesqueleto foi batizado de "Austin".
TECNOLOGIA MILITAR
A tecnologia que ajudou Whitney a andar começou a ser criada em 2002,
quando Kazerooni recebeu um financiamento do Departamento de Defesa
americano para inventar um aparato que permitisse que pessoas
carregassem enormes cargas por longos períodos.
Segundo o departamento de imprensa da universidade, a ideia na época era
ajudar pessoas como médicos militares carregando um soldado ferido ou
bombeiros que precisam subir escadas com equipamento pesado.
Quatro anos depois, foi criado o Bleex (Berkeley Lower Extremity
Exoskeleton). O dispositivo tem uma mochila que se conecta às pernas da
pessoa e usa sua própria fonte de energia para movê-las sem colocar
pressão desnecessária sobre os músculos.
Mas o professor tinha planos mais ambiciosos para o exoesqueleto: ajudar pessoas que não podem andar.
EMBRIAGADO
O acidente que colocou Whitney em uma cadeira de rodas aconteceu no dia
21 de julho de 2007, quando ele assumiu a direção do carro após ter
consumido bebidas alcoólicas.
Seu melhor amigo quase morreu e Whitney quebrou a coluna e ficou paraplégico.
"Foi minha culpa", disse ele.
"Eu fiquei com muita raiva de mim mesmo, mas percebi que tinha duas
escolhas: eu podia viver no passado e me encher de pena ou enfrentar a
adversidade na minha vida e impedir que isso enterrasse meu objetivos,
sonhos e aspirações."
Após entrar para a universidade, Whitney passou a dar palestras para estudantes sobre os perigos de beber e dirigir.
Ele também disse esperar que o sucesso da caminhada em sua formatura dê
esperanças a outros paraplégicos de que eles um dia possam contar com
máquinas de preço acessível que os ajudem a recuperar alguma mobilidade.
"Esta tecnologia pode ser usada por um grande número de pessoas e esta é nossa missão", disse Kazerooni.
"Estamos dizendo à comunidade que isso é possível. Este é apenas o começo de nosso trabalho."
FONTE: Folha.com/Ciências [BBC Brasil]
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